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Showing posts from November, 2010

Homenagem ao Ribeirão Arrudas

O Tietê é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia, Mas o Tietê não é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia Porque não corre minha aldeia.

Além da novelinha para Homer Simpson

Além muito além da novelinha para Homer Simpson que o sistema Globo e grande imprensa nos oferece goela abaixo está a opinião de Luiz Eduardo Soares, contundente e muito mais informativo em seu blogue , do qual reproduzo apenas um pequeno trecho: "O tráfico que ora perde poder e capacidade de reprodução só se impôs, no Rio, no modelo territorializado e sedentário em que se estabeleceu, porque sempre contou com a sociedade da polícia, vale reiterar. Quando o tráfico de drogas no modelo territorializado atinge seu ponto histórico de inflexão e começa, gradualmente, a bater em retirada, seus sócios –as bandas podres das polícias-- prosseguem fortes, firmes, empreendedores, politicamente ambiciosos, economicamente vorazes, prontos a fixar as bandeiras milicianas de sua hegemonia. Discutindo a crise, a mídia reproduz o mito da polaridade polícia versus tráfico, perdendo o foco, ignorando o decisivo: como, quem, em que termos e por que meios se fará a reforma radical das po

Poesia minha

Lendo Birthday Letters I A poesia não salva ninguém além de si mesma mesmo nos poemas dos suicidas dos frustrados dos covardes dos doentes terminais dos perversos fúteis mesmo quando em última instância a poesia lá de fato habita mesmo quando é o último recurso dos desesperados a poesia não salva ninguém além de si mesma. A poesia floresce lá onde menos se espera rabiscada na parede dum banheiro torpe nos olhos injetados dum leitor ainda mais torpe lá onde moram monstros engenhosos e a maldade condensada em dor jorra sem esforço dos poros do mundo a poesia floresce lá onde menos se espera Para a poesia o poema é como uma luva fria guardando vazia a memória da mão para a poesia o poema só se abre a um nada um corpo que morre num colchão nu no chão frio de uma cela vazia onde tudo o que não é morte é um ponto cego para a poesia o poema é como uma luva fria.

Ainda sobre Lobato, ainda de forma indiretíssima:

"German literature, too, labored under the influence of the political excitement into which all Europe had been thrown by the events of 1830. A crude Constitutionalism or a still cruder Republicanism, were preached by almost all writers of the time. It became more and more the habit, particularly of the inferior sorts of literati, to make up for the want of cleverness in their productions, by political allusions which were sure to attract attention. Poetry, novels, reviews, the drama, every literary production teemed with what was called 'tendency,' that is with more or less timid exhibitions of an anti-governmental spirit. In order to complete the confusion of ideas reigning after 1830 in Germany, with these elements of political opposition there were mixed up ill-digested university-recollections of German philosophy, and misunderstood gleanings from French Socialism, particularly Saint-Simonism; and the clique of writers who expatiated upon this heterogeneous conglomera

Quem tem medo de dançar com a Catrina?

A Catrina de Diego Rivera, de mãos dadas com um Diego menino, vestindo um longo cachecol/Quetzalcoatl: Rivera relia essa Catrina, invenção do genial José Guadaleupe Posadas: E a Catrina século XXI em Hasta los Huesos de René Castillo:

Como sempre atrasado...

Para quem quiser pensar com menos maniqueísmo nas eleições e na tese do país dividido, este mapa do Estado de São Paulo é uma ótima opção. Passando o mouse por cima dele você tem o resultado do segundo turno, município por município no país inteiro. Como toda a representação, ela é passível de leituras distorcidas [por exemplo, um município imenso mas com pouca gente fica super-dimensionado], mas é uma representação mais sutil do resultado, também pela diferença entre vermelho/azul mais forte ou mais claro. Os poucos e heróicos gatos pingados que acompanham esse blogue sabem que eu estou sempre atrasado, no mínimo três semanas atrás do noticiário. É fruto do meu temperamento bovino...

desencavando outra tradução minha

A história de uma hora Kate Chopin Sabendo-se que a Senhora Mallard sofria de um problema no coração, tomou-se todo o cuidado para dar-lhe a notícia da morte de seu marido da forma mais gentil possível. Sua irmã, Josephine, foi quem lhe contou, em frases desconexas, cheias de insinuações veladas que revelavam ao mesmo tempo em que ocultavam o que queriam dizer. Richards, o amigo de seu marido, também estava lá, ao seu lado. Fora ele quem passara pelo escritório do jornal quando lhe chegaram as informações sobre o desastre de trem com o nome de Brent Mallard no topo da lista de “mortos.” Mal se assegurara da veracidade da notícia através de um segundo telegrama, ele apressou-se em trazer a triste mensagem para antecipar-se a qualquer outro amigo menos cuidadoso e gentil. Ela não recebeu a notícia como muitas outras mulheres já o fizeram – com uma incapacidade paralizadora de aceitar o seu significado – e chorou imediatamente, com súbito e violento abandono, nos braços d

Fascismo Made in Brazil: Comentário típico de qualquer reportagem de O Globo

Essa violência ninguém agüenta mais!!!! Eu sou contra a violência mas tinha era que matar esse cara, mas antes tinha que castrar e esfolar ele todo!!!! CADEIA NESSA GENTE, na mãe dele que não ensinou nada pro filho, na irmã que não fez nada e na esposa que bem que aproveitou tbm, essa cachorra com certeza tem culpa no cartório. É muita corrupção esse povo ignorante CONTROLE DE NATALIDADE gente burra merece roubalheira favelado só impostos ninguém agüenta esse pessoal dos direitos humanos punir vigiar politicamente correto depois vem buscar o dinheiro essa mulambada TEM QUE MATAR!!! PENA DE MORTE NELES!!!! Ass. Morteaviolencia

O troco

O pop/rock britânico dos anos 60 era para Bettye LaVette uma onda musical que deslocou para um canto ela e todos os outros grandes cantores negros de R&B nos anos 60. Ironicamente foi interpretando essa canção pouco conhecida do The Who que LaVette finalmente chamou a atenção de um público maior, acontecimento seguido por um disco bem legal de reinvenções de canções de Beatles e Companhia por ela mesma. Bettye LaVette performs Reign Down O'er Me from Walter Smith on Vimeo .

Sobre história e racismo [uma reflexão indireta, portanto, sobre a polêmica sobre Monteiro Lobato]

Yale costumava exibir um certo retrato de Elihu Yale, homem que doou dinheiro, uma boa biblioteca e, assim, deu seu nome à instituição. Nesse retrato constava [no canto esquerdo como vocês podem ver] um escravo de bandana que segura uma carta de joelhos ao pé de Elihu. O retrato de Elihu [e sua impressionante peruca] foi exibido durante décadas numa das salas mais importantes da universidade, o “Corporation Room” onde os trustees se encontram. Você pode vê-lo, por exemplo nessa foto da revista Time, tirada durante a cerimônia de despedida de Charles Seymor, reitor da universidade de 1937 a 1951 [e note como a foto da revista já corta o inconveniente escravo quatro anos antes do começo do Civil Rights Movement de Martin Luther King]. Em 2007 o retrato e seus dois personagens saíram desse lugar símbolo de prestígio e poder para algum depósito bem trancado [suponho], gesto simbólico que foi acompanhado de uma justificativa meio desajeitada: o quadro daria a impressão incorreta que

José Emilio Pacheco - Em homenagem às eleições presidenciais

Antiguos compañeros se reúnen Ya somos todo aquello Contra lo que luchamos a los veinte años. Desde entonces , 1975-1978
Foto: Dia de Finados - Mixquic, Cidade do México [clique na foto] "O fato tem que ser melhorado no escrito para que o povo creia no acontecido." Antônio Biá, personagem de Narradores de Javé de Eliane Caffé.