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Showing posts from November, 2011

Mulheres enfezadas do Country 2 - Miranda Lambert

Mulheres enfezadas do Country 2 – Miranda Lambert Miranda Lambert ao vivo no Austin City Limits, programa de shows ao vivo da PBS: Watch Miranda Lambert "Gunpowder and Lead" on PBS. See more from AUSTIN CITY LIMITS. Gunpowder & Lead County road 233, under my feet Nothin' on this white rock but little ole me I've got two miles till, he makes bail And if I'm right we're headed straight for hell [Chorus:] I'm goin' home, gonna load my shotgun Wait by the door and light a cigarette If he wants a fight well now he's got one And he ain't seen me crazy yet He slap my face and he shook me like a rag doll Don't that sound like a real man I'm going to show him what a little girl’s made of: Gunpowder and lead It's half past ten, another six pack in And I can feel the rumble like a cold black wind He pulls in the drive, the gravel flies He dont know what's waiting here this time chorus His fist is big but my gun's bigger He

Mulheres enfezadas do Country 1 - Gretchen Wilson

Redneck Woman Well, I ain't never been the Barbie doll type No, I can't swig that sweet Champagne, I'd rather drink beer all night In a tavern or in a honky tonk or on a four-wheel drive tailgate I've got posters on my wall of Skynyrd, Kid and Strait Some people look down on me, but I don't give a rip I'll stand barefooted in my own front yard with a baby on my hip 'Cause I'm a redneck woman I ain't no high class broad I'm just a product of my raising I say, 'hey ya'll' and 'yee-haw' And I keep my Christmas lights on On my front porch all year long And I know all the words to every Charlie Daniels song So here's to all my sisters out there keeping it country Let me get a big 'hell yeah' from the redneck girls like me, hell yeah Victoria's Secret, well their stuff's real nice But I can buy the same damn thing on a Wal-Mart shelf half price And still look sexy, just as sexy as those models on TV No, I don'

Copiando e sendo copiados ou o pior de dois mundos 2

No editorial do NYT , dados recentes do censo americano: 49.1 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza e 51 milhões quase lá, com renda menos de 50% acima da linha da pobreza. Somando os dois grupos dá um em cada três americanos vivendo no sufoco ou quase chegando lá. A desigualdade também caminha a passos largos no acesso à educação: a diferença entre a porcentagem de ricos e pobres que conseguem se formar na universidade cresceu 50% em 20 anos.

Heroic Africans - Metropolitan

Sensasional a exposição de máscaras e esculturas africanas no Metropolitan de Nova Iorque! Principalmente para um brasileiro, já que a maioria das tribos escolhidas para a exposição são de Angola, Nigéria e Benin e, como dizia o Padre Vieira, “O Brasil tem o corpo na América e a alma na África .” Muitos dos rostos que eu vi - esculturas de reis e rainhas - não me saem da memória.

Copiando e sendo copiados ou o pior de dois mundos

[Ilustração: uma certa plataforma P36… ] Em 1995 a imprensa brasileira festejou a quebra do monopólio da Petrobrás sobre a exploração como um grande passo para a “modernização” da economia brasileira. Roberto Campos chegou a posar para os fotógrafos socando e chutando um um dinossauro de plástico que ele segurava pelo rabo enquanto dizia: "As estatais são assim. Têm o corpo pesado, uma cauda enorme e o cérebro mínimo." Dezesseis anos mais tarde a Chevron – que não é estatal mas parece ser também pesada, dona de um enorme rabo e de um cérebro convenientemente mínimo – traz, suponho que como oferenda evangélica à Iemanjá, petróleo que vazou “ uma média de 330 barris por dia durante mais de uma semana” e ainda não estancou. O diretor da ANAP, criada pelo príncipe FHC para administrar esse lindo “mercado livre à competição” parece que descobriu só agora que os caras da Chevron “não estavam preparados para executar o plano de abandono do poço que eles mesmo

"Fresh off the Boat", como eu aprendi a ser bilíngue

Para além do discurso de tolerância e cultivo à diversidade, nos Estados Unidos vive-se uma imensa pressão diária para que o imenso contingente de imigrantes se enquadre à cultura desse que é o menos globalizado dos países do mundo, mesmo porque globalização em termos culturais significa primordialmente americanização. Uma expressão comum mesmo entre crianças representa bem essa pressão: um pessoa é FOB ou "fresh off the boat" [algo como "com cheiro de quem acabou de desembarcar"], que significa que a tal pessoa ainda não consegue se comportar de forma a não chamar nenhuma atenção para si mesmo como diferente. Como é que uma criança se revela como "fresh off the boat" na escola? Pelos sapatos, meias, calça, cinto, camisa, casaco, penteado, mochila, cadernos, hábitos alimentares na hora do recreio, lancheira, tipo de lancheira, sotaque, vocabulário e sintaxe, pelo jeito de assentar na carteira, de guardar os cadernos, de cumprimentar a professora, de brinca

A Família é a Espinha Dorsal do Brasil - Parte 2

Provo ainda com um relato resumido da saga da família Ramos: Tudo começa com a chegada à costa brasileira do Cacique de Ramos, que saiu dos cafundós do sertão para descobrir o mar e assentou seu portentoso clã no piscinão que hoje leva seu ilustre nome. A data de sua chegada ao sul-maravilha comemora-se desde então no famoso domingo de Ramos – que seria feriado nacional se já não fosse no domingo. O venerando Cacique casou-se com Eliana Ramos, modelo anoréxica uruguaia, com quem teve dois filhos: Lílian e Graciliano. Lílian se aproveitou do carnaval para transformar-se na poderosa Condessa de Itamar e teve dois filhos: Nereu, o político artista urubu de presidentes e Nuno, o artista político criador de urubus. Já seu irmão, o infeliz Graciliano, acabou seus dias em desgraça acusado de honestidade ideológica pela primeira visita da grande inquisição ao Brasil, entre 37 e 45. Antes da transferência da soberania nacional de Portugal para a Inglaterra, Nereu casou-se com a estrela

A Família é a Espinha Dorsal do Brasil - Parte 1

[nota do editor: dizem que um comunista ateu fugido do campus da USP sabotou um encontro da SOTRAFABA - Sociedade Tradicional Família Paulista - derretendo cubos de substâncias ilícitas no chá das vetustas senhoras e senhôros. Não sei, mas aí está a ata da tal reunião.] A Família é a Espinha Dorsal do Brasil - Parte 1 A família é a espinha dorsal do Brasil. Provamos citando alguns dos nossos clãs mais famosos e seus luminares: - os Maia, Agripi no, Wolf, Tim e César; - os Motta, Sérgio, Zezé e Ed; - os de Andrade, Mário, Oswald e Carlos Drummond; - os Santos, Milton, Nílton e Sílvio; - os Gonçalves, Nelson, Dercy e Milton; - os Santana, Dedé, Telê, Joel e Afonso Romano de; - os Carreiro, Tônia e Beto; - os Camargo, Hebe e Zezé di; - os Cardoso, Fernando Henrique, Elizeth e Newton; - os Vianna, Mário, Tião, Herbert e Hermano; - os Duarte, Lima, Gabriela e Regina; - os Gomes, Mário, Ciro, Cid e Dias; - os Meireles, Cecília, Fernando e Henrique; - os Morais, Vinícius, Antôn

Poesia Minha - Mash-Up

Mash-up – Cláudia Roquette-Pinto Desde o centro, corpo adentro dorme a explicação nos intervalos entre lençóis de cal. Emerge dum mar de águas anuladas um dois pontos insólito, espaçado, desatento: uma idéia em combustão deitada em dunas de pólvora; um botão incipiente, um fogo contido no recorte da janela. Mais tarde, sob o fermento do sol, sem margem de manobra, com a lucidez estranha da vidraça que a pedra acaba de acertar, procuro me perdendo em coisas que nos outros são migalhas. No assédio de tudo que me toca, sob o tampo da tarde que estupora, emerge dum mar cachorro imenso, vomitando espuma de bile, a centopéia de carros que se arrasta para dentro do viaduto. A noite verte olhos de amoroso interesse. Desabotoa entre os meus dedos as pálpebras de cobre. Entre o vão das costelas vejo as listras do tigre aflorando do mergulho na cortina de bambus. Deste odre enganador ou dessa vidraça alguma

Identidade, língua e os penetras no baile da cultura

Três trechos interessantes do ensaio biográfico de Saul Bellow que o New York Review of Books publicou : Sobre identidade: “So, in my first consciousness, I was, among other things, a Jew, the child of Jewish immigrants. At home our parents spoke Russian to each other, we children spoke Yiddish with them, and we spoke English with one another. At the age of four we began to read the Old Testament in Hebrew, we observed Jewish customs, some of them superstitions, and we recited prayers and blessings all day long. Because I had to memorize most of Genesis, my first consciousness was that of a cosmos, and in that cosmos I was a Jew. I suppose it would be proper to apply the word ‘archaic’ to such a representation of the world as I had—archaic, prehistoric. This was my ‘given’ and it would be idle to quarrel with it, to try to revise or efface it.” Sobre a língua materna: “One’s language is a spiritual location, it houses your soul. If you were born in America all esse

Calle 13 e Companhia

Latinoamérica – Calle 13 Os portorriquenhos do Calle 13 com a colombiana Totó La Momposina , a peruana Susana Baca e a brasileira Maria Rita: Soy, Soy lo que dejaron, soy toda la sobra de lo que se robaron. Un pueblo escondido en la cima, mi piel es de cuero por eso aguanta cualquier clima. Soy una fábrica de humo, mano de obra campesina para tu consumo Frente de frio en el medio del verano, el amor en los tiempos del cólera, mi hermano. El sol que nace y el día que muere, con los mejores atardeceres. Soy el desarrollo en carne viva, un discurso político sin saliva. Las caras más bonitas que he conocido, soy la fotografía de un desaparecido. Soy la sangre dentro de tus venas, soy un pedazo de tierra que vale la pena. soy una canasta con frijoles , soy Maradona contra Inglaterra anotándote dos goles. Soy lo que sostiene mi bandera, la espina dorsal del planeta es mi cordillera. Soy lo que me enseño mi padre, el que no quiere a su patria no quiere a su madre. So

Falando com a língua do inimigo

Art Spiegelman em depoimento sobre os momentos que antecedem o projeto Maus em depoimento recente à New York Review of Books: "I began to read what I could about the Nazi genocide, which really was very easy because there was actually rather little available in English. The most shockingly relevant anti-Semitic work I found was The Eternal Jew , a 1940 German “documentary” that portrayed Jews in a ghetto swarming in tight quarters, bearded caftaned creatures, and then a cut to Jews as mice—or rather rats—swarming in a sewer, with a title card that said “Jews are the rats” or the “vermin of mankind.” This made it clear to me that this dehumanization was at th e very heart of the killing project. In fact, Zyklon B, the gas used in Auschwitz and elsewhere as the killing agent, was a pesticide manufactured to kill vermin—like fleas and roaches. As I began to do more detailed and more finely grained research for the longer Maus project, I found how regularly Jews were repr

Recordar é viver: Tocqueville e a trilha de lágrimas

Em 1831, durante sua longa viagem pelos Estados Unidos, Tocqueville viu os índios Chickasaw e Choctaw, expulsos do estado do Mississippi, atravessando o rio Mississippi em direção a Oklahoma, uma longa e dolorosa peregrinação conhecida como Trail of Tears [Trilha de Lágrimas, termo que algumas pessoas usam para todas as remoções de tribos e outros apenas para a dramática viagem dos Cheroquis da Geórgia até Oklahoma, quando um terço da tribo morreu - aqui uso o termo em geral]: “Os índios traziam suas famílias consigo; entre eles estavam os feridos, os doentes, crianças recém-nascidas e idosos a ponto de morrer. Eles não tinham barracas nem carroças; apenas algumas provisões e armas. Eu os vi embarcar para atravessar o grande rio, e o que vi nunca vai se apagar da minha memória. Nenhum soluço ou queixa se levantava daquele agrupamento silencioso. Suas aflições vinham de muito tempo e eles as sentiam como irremediáveis.” Segue-se uma reflexão arguta para quem quer

Nacional e importado - Parte 2

Por outro lado, andam circulando na internet umas fotografias de um lugar qualquer onde se lê na parede “lã rause”. Seguiram-se comentários diversos do tipo “coitados desses ignorantes”. Suponho que esses defensores da ortografia inglesa deveriam escrever assim: Ela aparou as unhas e guardou seu allikkát no toilette. Pendurou seu peignoir um pouco demodée no cabide, ligou seu velho abat-jour de vitraux vermelho e se aconchegou sob o édredon de zaitum, pronta para ler um pouco mais do seu almanakh favorito. Ou talvez assim: Meu team de football tem um back terrível: escorrega o tempo todo como se o gramado fosse feito de al-zuleij, faz penalties a granel e não sabe nem cobrar um corner direito. Ou ainda assim: Dei ciao ao mecânico e fechei o capot do meu Ford mas, quando checkei minha mochila, percebi que deixei lá dentro um pacote de spaghetto , meu tabuleiro de shatranj e meu bonnet novo!

Poesia Americana 4: Claudia Rankine

Claudia Rankine conseguiu elogios de dois partidos da poesia americana que parece que nunca gostam da mesma coisa… O suficiente para atrair a implicância de muitos, o que parece ser sinal de sucesso inescapável no mundinho da poesia. Para mim, sem muita pretensão de dizer muito porque eu tenho muito o que fazer hoje, ela teve uma grande sacada ao escolher não fazer a velha e batida prosa poética mas sim uma coisa que a gente poderia chamar de poesia prosaica. Um trecho: “Minha mãe me diz que eu estou só ficando na espera. Ela diz isso com a intenção de me dar um empurrão para eu não ficar na espera. Ela quer que eu leve uma vida legível – uma vida que possa ser lida como algo que vale a pena, como um sucesso. Minha mãe não está preocupada demais com felicidade, a busca, infrutífera ou não, da felicidade. Até onde ela se lembra, só há dor ligada à alegria de dar a luz. Ela se lembra da dor e quer que a dor tenha valido a pena, em nome de uma vida razoáv

Rir para não chorar

Quem é que O Globo procura para discutir a crise na Europa? Ninguém menos que o pai do corralito argentino, um dos responsáveis por um desastre econômico de proporções cataclísmicas na Argentina em 2001: PIB encolhido em mais de 10%, mais da metade do país abaixo da linha pobreza e um quarto em pobreza extrema. Só mesmo lembrando o filme de Pino Solanas, Memoria del saqueo .

Nacional e importado

O Halloween é uma festa popular nos Estados Unidos. Uma multidão de crianças e jovens e alguns adultos de todas as classes veste fantasias de todo tipo [com destaque para o tétrico, especialmente nas crianças após os dez anos e adultos]. Várias lojas vazias [coisa muito comum na economia atual] são alugadas durante um mês por gente vendendo todo tipo de fantasia, inclusive uma farta sessão de lingerie mais ou menos vagamente erótica. Quando cai a noite ou logo depois do jantar [que aqui é servido bem mais cedo], essa multidão mascarada e fantasiada sai pelas ruas pedindo doces e dando trotes no frio ainda suportável do outono. Quem quer receber os “foliões” compra baldes e baldes de doces e balas e decora a casa com motivos de terror. Parece que o Halloween está sendo adotado no Brasil, suponho que adaptado, mesmo que por ignorância. Isso causa horror em algumas pessoas que vêem nisso uma babação de ovo para com tudo o que vem dos Estados Unidos [verdade] e uma perigosa

Dia do mortos com José Guadalupe Posada e poesia minha

Cantiga da fratura exposta Faustus: Where are you damn’d? Mephistophilis: In Hell. Faustus: How comes it then that thou art out of hell? Mephistophilis: Why this is hell, nor am I out of it. Pobre esqueleto enterrado em mim, sonha em ser livre e não sabe: do corpo ao caixão, mudamos de cela; A morte não leva a nada.

Da série tenho preguiça de:

4. E finalmente [já estou com preguiça dessa série preguiçosa] tenho preguiça de críticos que, muitas vezes partindo de um dado biográfico qualquer, tascam um rótulo vago no trabalho de alguém. Se o autor é mulher o cara já vem logo dizer que é uma escrita “delicada” ou “feminina”. Esse uso meio descabelado de adjetivos só é pior na música, onde críticos que às vezes mal sabem tocar campainha falam em “harmonias de fundo”, “melodias hipnóticas”, “ritmos alucinantes”, “tambores selvagens”, “guitarras nervosas”, “vocais pungentes” e outras combinações igualmente estrambóticas.