Skip to main content

Posts

Showing posts from June, 2012

Rodó e o Rio

Em 1916, o uruguaio José Enrique Rodó também passa pelo Rio de Janeiro e, como Bilbao cinquenta anos antes, documenta uma aparição marítima maravilhosa e imagina a cidade como pórtico das Américas: "Como maravilloso simulacro de las nubes, se levanta en el horizonte la Bahía de Río de Janeiro. No hay mejor espectáculo para quien llega iniciado por el mar en la visión de lo grande y de lo majestuoso. Si cabe fijar, en alguna parte, el pórtico de un mundo, éste es el Pórtico de América. Esas sublimes líneas de montaña; esas lujuriantes guirnaldas de bosque; esas inmensas y armoniosas curvas de playa, sugieren la idea arquitectónica de un mundo que se abre, de un continente que compendia su infinitud y su carácter en un espectro capaz de ser abarcado por los ojos. Por este arco triunfal debió penetrar en la Atlántida soñada, para consagrarla en la historia, el genio latino. ¡Aquí, aquí y no en otra parte, debieron tocar las carabelas de la sublime aventura, para plantar el pendón p

Para prefeito eleja Peter Pumpkinhead!

The Ballad of Peter Pumpkinhead Peter Pumpkinhead came to town Spreading wisdom and cash around Fed the starving and housed the poor Showed the vatican what gold's for But he made too many enemies Of the people who would keep us on our knees Hooray for Peter Pumpkin Who'll pray for Peter Pumpkinhead? Oh my! Peter Pumpkinhead pulled them all Emptied churches and shopping malls Where he spoke, it would raise the roof Peter Pumpkinhead told the truth But he made too many enemies... Peter Pumpkinhead put to shame Governments who would slur his name Plots and sex scandals failed outright Peter merely said Any kind of love is alright But he made too many enemies... Peter Pumpkinhead was too good Had him nailed to a chunk of wood He died grinning on live TV Hanging there he looked a lot like you And an awful lot like me! But he made too many enemies... Hooray for Peter Pumpkin Who'll pray for Peter Pumpkin Hooray for Peter

Marx 3 - A imaginação entre aranhas e tecelões, abelhas e arquitetos

A spider conducts operations that resemble those of a weaver, and a bee puts to shame many an architect in the construction of her cells. But what distinguishes the worst architect from the best of bees is this, that the architect raises his structure in imagination before he erects it in reality. Karl Marx, Capital, Book 1, Chapter 7 Essa aí é, para mim, uma das passagens mais bonitas de O Capital . Completo com uma passagem na longa reflexão sobre linguagem que fez um Marxista que eu admiro muito, Raymond Williams. Ele aponta para um erro muito comum entre Marxistas, principalmente aqueles que não tinham "paciência" para as artes e a imaginação e faziam o seguinte: Simple materialist statements which retain the idealist separation of 'language' from 'reality' but simply reverse their priority (...) in which there is, first , material social production and then (rather than also ) language

Poesia minha - Um primeiro rascunho

Arquivo de Técnicas Corporais O corpo é um instrumento universal: instrumento universal do nirvana, instrumento universal da infâmia, massa adestrada em cultivo sutil por outras mãos, braços, lábios, por olhos outros, outras bocas, outros colos, outros corpos que reproduzem uma tecnologia que é pertencimento duro e gentil. Todo corpo portanto tem mais de um dono. Todo corpo portanto pertence a um lugar chamado mundo, chamado país, chamado família, chamado eu. Todo o corpo está contido em quarenta e quatro paredes de carne de onde só sai quem já não é, e esse corpo todo está contido nas quarenta e quatro paredes invisíveis desse lugar de onde não se sai nunca: o corpo pode sair do seu lugar mas o lugar não sai do corpo jamais. Todo corpo carrega uma tecnologia que fez dele quem ele é, cegamente. Podemos compará-lo a uma semente, princípio e resultado da vida inteira; coordenação fina de nervos e músculos produzin

Miguel Covarrubias em 6 tempos

Desenho da esposa, Rosa Covarrubias Miguel Covarrubias Página de Pueblo del Sol com ilustração de Covarrubias Uma das muitas capas de Covarrubias para a Vanity Fair Covarrubias tirando um sarro de Hemingway Capa para livro de Langston Hughes
Mais um dos cartões

Rio de Janeiro, 1863: Paraíso da Natureza, Inferno dos Homens (parte 2)

Após a abertura dramática, Bilbao se dá ao trabalho de destruir sucintamente a grande desculpa esfarrapada para adiar a abolição, a necessidade de indenizar os proprietários pelo respeito à propriedade privada: “Analicemos. ¿Puede la ley hacer propietarios de esclavos? Es decir, ¿pueden los hombres, o un hombre alterar las relaciones eternas de las cosas? No. ­Luego la ley que altera la eterna relación de igualdad que existe entre los hombres, es un crimen. ­¿Puede el crimen ser autoridad, y sirve de fundamento justo a la institución? ­¡No! luego la palabra propietario de esclavos equivale a decir LADRÓN de hombres, todo el que se llame propietario de esclavos es ladrón. ¿Hay ley que pueda autorizar el robo? ¡Respondan todos los sofistas! Si esa ley existe y se acata, se acata el robo. Y una sociedad que sanciona ese monstruoso principio merece ser entregada a la ley del saqueo. Examinemos ahora la segunda parte del argumento: ¿Debe indemnizarse el robo? Exponer la cuest

Rio de Janeiro, 1863: Paraíso da Natureza, Inferno dos Homens

[esse me soa como um desses posts longos que ninguém lê, por isso vou parti-lo em duas partes] O escritor chileno Francisco Bilbao, importante ensaísta do século XIX e um dos pioneiros no uso do termo América Latina no sentido que reconhecemos hoje em dia. Em 1863 ele escreveu um belíssimo apelo à juventude brasileira “ A la Juventud Brasilera ”. A primeira parte do texto é um primor de apuro retórico. Começa com uma longa evocação à beleza natural da cidade e depois a contrapõe ao inferno lá constituído pelos homens:  “La transparencia del mar y de los cielos, la variedad incesante del paisaje aumentada por la locomoción del pasajero que en alas del vapor penetra en el seno de la gran bahía para ser abrazado por los potentes brazos de Circe, la hechicera naturaleza que acomoda en ese punto sus encantos, y la exaltación del espíritu contemplativo deslumbrado, sobrepujada por la belleza realizada, hacen que la entrada a Rio sea la entrada a la región de los ensu

Cartões 1

Com a computadorização do acervo da biblioteca, as velhas fichas são usadas como papel de rascunho para quem quiser tomar notas. Adoro fazer cartões com eles. Eis um dos meus preferidos.

Por que um livro?

ilustração em "Fasciculus medicinae" de  Johannes de Ketcham , Veneza, 1491 " 'Por que um livro?' foi a pergunta que me fez Jandira, a quem, há tempos, comuniquei esse propósito. 'Já não há tantos? Por que você quer escrever um livro, seu Belmiro?' Respondi-lhe que perguntasse a um gestante por que razão iria dar à luz um mortal, havendo tantos. Se estivesse de bom humor, ela responderia que era por estar grávida. Sim, vago leitor, sinto-me grávido, ao cabo, não de nove meses, mas de trinta e oito anos. E isso é razão suficiente.” Amanuense Belmiro , Cyro dos Anjos

Negro é a cor da excelência 2

Paulo Moura Paulo Paim Paulo Lins