Skip to main content

Posts

Showing posts from February, 2013

Poesia Mexicana: Kyn Taniya

Foto minha: Escultura do museu DeCordova Mi cabeza Luis Quintanilla Mi cabeza es una ave herida que ya no encuentra nido.             Mi cabeza,             pálida y rubia,             Rubia y rizada. Recuerdo aún cuando dormía sobre las blandas almohadas de una cama blanca y tranquila.             Hoy,             mi cabeza es un globo:             un globo sin rumbo             escapado de mis dedos. ¡Ah, si pudiese estar llena de vino como los focos de luz!             Cuánta poesía, cuánta alegría             todavía cabría, si pudiera llenarte             de luz…             Luna. Nubes. Almohadones de una             cama blanca y tranquila.             Han pasado campos, ciudades y montes             y sigue desfilando el horizonte. “¡Buenas noches!”, madre mía… ¡Qué horror! Ya no queda más que su reflejo en el espejo glacial de los ríos y todos los ríos la llevaron al mar; al mar

Poesia minha

Detalhe de escultura do museu DeCordova em Massachussets A bandeira pendurada no mastro da sua casa Between the motion and the act falls the shadow “The Hollow Men” O que vejo quando olho a bandeira pendurada no mastro da sua casa não são as fronteiras, (essas cicatrizes visíveis, óbvias, intransponíveis, de guerras, saques e conquistas). O que vejo quando olho a bandeira pendurada no mastro da sua casa são forças sutis misteriosas, antigas, impregnadas desde a partilha das relíquias de reis e santos, desde o banquete dos timbiras. O que vejo quando olho a bandeira pendurada no mastro da sua casa são rios profundos subterrâneos de água escura, que sobem lentos às veias até nos turvar os olhos na frente embaçada do espelho. O que vejo quando olho a bandeira pendurada no mastro da sua casa são ventos que vem de dentro que nos separam e unem entre estranhos e estrangeiros e resistem ao v

Fazendo auto-stream of consciousness

Vendo Sofie Gråbøl como Sarah Lund no drama policial Forbrydelsen, penso em como Fernanda Torres podia fazer coisas muito melhores do que essas comédias histéricas da Rede Bobo. Lendo uma entrevista penso comigo mesmo na diferença entre dizer que "de boas intenções o inferno está cheio" e citar Pascal dizendo que ”Nunca se faz tão perfeitamente  o mal como quando se faz de boa vontade”? Escutando Fiona Apple dizer num determindado momento em uma canção recente que "My teardrops seasoned every plate," eu penso no poder extraordinário que pode ter melodrama sincero, sem ironia engraçadinha. Meu irmão me lembra que fez um ano ontem que meu pai morreu. Me lembraram na terça que no dia 16, dia em que finalmente consegui pegar meu livro no correio, recebia ano passado a notícia da minha promoção, matéria mais importante do que parece, porque não ser promovido significava perder o emprego. Meu pai morreu quatro dias depois da minha promoção e eu não po

Além de Messi

O sensacional Francella, daqueles comediantes que acerta no ponto tantas vezes. Essa é uma série ["Dia de Furia"] em que os pequenos desesperos da vida pequeno burguesa furam a bolha feliz do mundo como dos comerciais de televisão.

Dia dos namorados [em Babylon]

--> Come, sweet rain Frank O’Hara The blueness of the hour  when the spine stretches itself into a groan, then the golden cheek  on the dirty pillow, wrinkled by linen. Odor of lanolin, the flower pressed between thundering doubts of self,  cleaving fresh air through the week  and loading hearts to the millennium.  Go, sweet breath! come, sweet rain, bewildering as a tortoise  embracing the Indian ocean, predictable as a porpoise   diving upon his mate in cool   water which is not a pool. Amor também é cultura: esse é o lanolin, uma espécie de cera tirado das ovelhas. Minha esposa salvou-se de rachar a pele muitas vezes com um produto feito com ele. Tem cheiro... de cera de abelha sem cheiro de mel. Bewildering as a tortoise! Amor também é cultura: esse golfinho cabeçudo se chama [em inglês] Porpoise! Outro poema campeão, de Murilo Mendes, perfeito para o dia: Cantiga de Malazarte Eu sou o o

Escavando Notas: Refletindo sobre o melodrama com Peter Brooks

Se a histeria é uma forma de escrita corporal, no qual um afeto reprimido é representado no corpo e o melodrama é um impulso no sentido da dramatização, da intensificação e da expressão para uma dramaturgia da hipérbole, do excesso, da excitação, então a telenovela é um gênero histérico. A analogia não me satisfaz porque a histeria é um fenômeno que exclui a agência. A pessoa se comporta histericamente sem querer e o melodrama é uma composição ficcional que, tão planejada/espontânea como qualquer outra, envolve escolhas criativas. Esse negócio de histeria não esgota o que o melodrama quer fazer. Bacon Melodramatizando Velázquez? Uma solução para essa insuficiência e essa atitude superior do crítico com relação ao que ele estuda que eu acho lamentável, é complementar a idéia de um estilo histérico com outra maneira de abordar o melodrama, dizendo que o melodrama é um estilo que se recusa a proclamar a banalidade do dia-a-dia pequeno-burguês, insistindo no cidadão ordinário/comum

Jessica Pratt - Bushel Hyde

--> Bushel Hyde Jessica Pratt I am calling out to you from an older place. Words mean more than they did before in that older place In the time before us all There was a time before us all In the time before us all If you leave here you have better know which way you have better go Because you know which way the spirit goes Time was longer than when we were in that older place Wills were harder than ever then in that older place In the time above us all In the time below us all In the time between us all Since you left here you had better show which way does the spirit go Because you left you know which way it goes Desenho meu: Bushel Hyde

Telenovela para um elenco de 3 atores e meio

Três atores de quaquer sexo [X, Y e Z] Um carro Uma laje ou   casa noturna X manda Y preparar Z. X discute com Y. X fala para Y que Z e W não foram reconhecidos na casa noturna/laje. X manda uma mensagem para Y. X afirma a Y que Z é confiável. X ouve Y e Z falando sobre o bebê que estava no carro de W e desconfia. X se esconde na casa noturna/laje de Y. X exige que Y pague o dinheiro que Z roubou de W.  X manda Y investigar Z. X chega com Y na casa noturna/laje. X tenta mostrar as fotos de W e Z para Y. X chora abraçada a Y. X assiste à fita de segurança da casa noturna/laje de Y. X não atende ao telefonema de Y. X reclama de Y para Z. X mostra a Y as fotos que tirou dela com Z. X orienta Y a tentar reconhecer o homem que está com Z no carro. X leva Y de volta ao alojamento da casa noturna/laje. 

Acharam o esqueleto de Ricardo III

Acharam o esqueleto de Ricardo III. Eu me lembrei de Jeff Conboy, um querido amigo que eu descobri ter sido morto pelo câncer numa viagem recente à cidade, quando já não havia mais sombra dele na cidade. Jeff me introduziu a muitas maravilhas de Shakespeare em Belo Horizonte. Eis o trecho do começo da peça em que o rei vilão fala de si mesmo e do seu corpo disforme:   " But I, that am not shaped for sportive tricks, Nor made to court an amorous looking-glass; I, that am rudely stamp'd, and want love's majesty To strut before a wanton ambling nymph; I, that am curtail'd of this fair proportion, Cheated of feature by dissembling nature, Deformed, unfinish'd, sent before my time Into this breathing world, scarce half made up, And that so lamely and unfashionable That dogs bark at me as I halt by them; Why, I, in this weak piping time of peace, Have no delight to pass away the time, Unless to spy my shadow in the sun And descant on mine own deform

Diário da Babilônia

Estive em Walden: Visitei a réplica da casa que Thoreau construiu. No meio do inverno foi impossível não lembrar do trecho do livro sobre o inverno na cabana: " A FTER A S TILL winter night I awoke with the impression that some question had been put to me, which I had been endeavoring in vain to answer in my sleep, as what — how — when — where? But there was dawning Nature, in whom all creatures live, looking in at my broad windows with serene and satisfied face, and no question on her lips. I awoke to an answered question, to Nature and daylight. The snow lying deep on the earth dotted with young pines, and the very slope of the hill on which my house is placed, seemed to say, Forward! Nature puts no question and answers none which we mortals ask.  She has long ago taken her resolution." Walden é um livro magnífico e pode ser lido em inglês com notas e ilustrações aqui . Além do mais a tradutora Denise Bottman criou uma ótima fonte para o Walden aqui .