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Segunda versão

  Ciranda     A menina não se parece com ninguém .   A nda sempre na ponta dos pés.   Nenhuma é sua casa    e para ela nunca nada chega    na hora mais certa.     Da mãe a menina aprende    que o besouro que cai de costas    não se levanta mais .   Da mãe a menina aprende    que há certas coisas    que deitam raízes nos dedos   à revelia de nós mesmos.       Do pai resta um cheiro morno    de livros, de fumo , de couro   e o som um pouco gasto   de um disco que corre esgotado    e carrega uma música    remota e , contudo , ainda nítida.     A menina não se parece com ninguém .   A nda sempre na ponta dos pés.   Na casa nova s ão muitos os sorrisos    cujo sentido ela não pode alcançar.   Nos dias melhores no ar se respira    indulgência e uma certa irritação   (a perigosa fúria muda dos ódios pacientes).   O cunho do dever   rasga a máscara fina d a afeição .   Até seus próprios o lhos severos    examinam no espelho a imagem refletida   como se fosse uma inimiga.     A menina
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