Ciranda A menina não se parece com ninguém . A nda sempre na ponta dos pés. Nenhuma é sua casa e para ela nunca nada chega na hora mais certa. Da mãe a menina aprende que o besouro que cai de costas não se levanta mais . Da mãe a menina aprende que há certas coisas que deitam raízes nos dedos à revelia de nós mesmos. Do pai resta um cheiro morno de livros, de fumo , de couro e o som um pouco gasto de um disco que corre esgotado e carrega uma música remota e , contudo , ainda nítida. A menina não se parece com ninguém . A nda sempre na ponta dos pés. Na casa nova s ão muitos os sorrisos cujo sentido ela não pode alcançar. Nos dias melhores no ar se respira indulgência e uma certa irritação (a perigosa fúria muda dos ódios pacientes). O cunho do dever rasga a máscara fina d a afeição . Até seus próprios o lhos severos examinam no espelho a imagem refletida como se fosse uma inimiga. A menina
Às moscas
Basicamente, mas não exclusivamente literatura: prosa e poesia.