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Showing posts from December, 2020

Dois corações: Mikhail Bulgákov e Paulo Mendes Campos

Música [de novo]: Samantha Crain

A cultura dos indígenas [dezenas de etnias diferentes] fazem com que Oklahoma valha a pena. Massacrados, desprezados, roubados, esculachados, essas etnias sobrevivem a uma agressão cultural, racial, econômica que é difícil de conceber. A cultura sobrevive, forte, brilhante. Cada vez mais tenho a certeza de que só conseguiremos sair desse buraco imenso em que nos metemos já faz tempo quando começarmos coletivamente a escutar as vozes dessas culturas. São seres humanos e possuem todas as falhas e virtudes ocasionais de qualquer ser humano. São tão impuros e misturados quanto os outros seres humanos desse mundo permanentemente conectado. Mas, humanos e impuros, representam também uma outra visão do mundo, da vida, do sofrimento e do prazer. São capazes de uma beleza que encanta a quem tiver ouvidos.   

Música: outros Chicos Buarques

Mais ou menos no mesmo momento em que Chico Buarque, Edu Lobo, Francis Hime, Carlos Lyra, Sérgio Ricardo e outros apareciam no Brasil, a canção se renovava com jovens universitários em toda a América Latina. Tinham vontade de escrever letras elaboradas e inovadoras, tinham vontade de ligar-se a tradições musicais populares dos seus países, tinham desejo de se projetar como cantores e autores mas que como intérpretes. Do Uruguai vem esse incrível exemplo, presente de rede social que uma estudante que se tornou colega e amiga me mandou hoje. Daniel Viglietti, dono de técnica sofisticada para o violão e de letras excelentes como esse "Mucho, porquito y nada". Uma ideia interessante para esses tempos cabulosos, sobre uma certa ligação entre mudanças no pessoal e no público, no micro e no macro, nas atitudes e na vida e sobre a necessidade de seguir "cambiando este cambio nuestro", ir reformando nossos sonhos de acordo com as grandes e pequenas mudanças.