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Showing posts from August, 2020

15 coisas que deviam ser ensinadas na escola [e eu, se já as aprendi, aprendi sozinho nas horas vagas]

  1.      Análise de cores 2.      Análise de composição visual 3.      Prática formal de debates 4.      Leitura cerrada coletiva de poesia 5.      Noções básicas de elementos da narrativa 6.      Noções básicas práticas de tradução 7.      História dos povos indígenas nas Américas 8.      História da América Latina 9.      Noções básicas de morfologia do português 10.   Noções básicas de culinária brasileira 11.   Prática diária de alongamento 12.   Noções básicas de psicologia 13.   Estudo e debates sobre relações de gênero e etnia 14.   Introdução a todas as religiões importantes no Brasil 15.   Introdução às maiores religiões do mundo

Minha tradução para "Áporo"

Insatisfeito com as duas traduções que encontrei do "Áporo" de Carlos Drummond de Andrade, fiz outra. Claro que li atentamente  o "Insect" de John Nist   ( I n search of poetry,  69 ) e o "Áporo" de Rosemary Arrojo ( Oficina em tradução – Teoria na prática , 55-6 ), tentando aprender tanto com os acertos como com os equívocos das duas. Resumo aqui minha diferença em relação a eles tem a ver com a nossa noção de equivalência, do que precisa por ser essencial existir também no texto traduzido.  Não costumo fazer traduções de poesia para o inglês, por motivos óbvios. Mas a minha saiu assim: An insect bores bores with firm resolve piercing the ground to find no way out.   What to do, burnt out, in this sealed-off country, this entangled nighttime roots and iron rocks?   And lo, that maze (oh reason and riddle) quickly unravels:   in green, alone, non-Euclidian,             one orchid unfolds.  Aqui o original: Áporo  Um inseto cava   cava sem alarme   perfuran

Momboré-açu fala em assembléia com os franceses

Vi a chegada dos péro em Pernambuco e Potiú; e começaram eles como vós, franceses, fazeis agora. De início, os peró não faziam senão traficar sem pretenderem fixar residência. Nessa época, dormiam livremente com as raparigas, o que os nossos companheiros de Pernambuco reputavam grandemente honroso. Mais tarde, disseram que nos devíamos acostumar a eles e que precisavam construir fortalezas, para se defenderem, e edificar cidades para morarem conosco. E assim parecia que desejavam que construíssemos uma só nação. Depois, começaram a dizer que não podiam tomar as raparigas sem mais aquela, que Deus somente lhes permitia possuí-las por meio do casamento e que eles não podiam casar sem que elas fossem batizadas. E para isso eram necessários paí. Mandaram vir os paí; e estes ergueram cruzes e principiaram a instruir os nossos e a batizá-los. Mais tarde afirmaram que nem eles nem os paí podiam viver sem escravos para os servirem e por eles trabalharem. E, assim, se viram constrangidos os nos

Fakenews, histeria masculina e paranóia de direita

Em 1950 Joseph McCarthy era um senador pelo estado agrícola de Wisconsin. Antes de se eleger ele tinha trocado o partido democrata pelo republicano. Na primeira tentativa ele ainda era militar, coisa que as leis dos USA proibiam. Na segunda tentativa ele era juiz e também não poderia ter se candidatado. Durante a campanha ele mentiu sobre seus feitos durante a segunda guerra. Sua fama era de ter sido comprado pela Pepsi - ele buscou o fim do racionamento de açúcar nos EUA - e da construção civil. Fora isso, nada. Considerado um político desimportante e inábil no seu próprio partido, McCarthy foi levado para fazer um discurso num clube no estado de West Virginia. Ele não planejou o discurso, mas trouxe umas notas sobre dois assuntos: a construção de casas para veteranos da guerra e a infiltração de comunistas no governo. Na hora H optou pelo segundo tema e, num lance típico, sacudiu as suas notas dizendo que ali estavam o nome de 250 comunistas infiltrados na Casa Civil do governo feder