Sonho cansado Repara este traço da mancha da espuma da baba do verso nervoso grafado no meu travesseiro: ao som abafado do osso esmagado por entre ferragens da porta do carro ardendo no fogo esvai-se o corpo em fumaça e cinza que o vento carrega maduro do chão e a chuva retorna fundida na lama que o sol do meu sonho resseca num pó preto, amargo e impuro, que irrita a garganta e desce ao pulmão. Como é que vem cá, no meio do sonho, e amarra a sua égua o velho cansado que espera o futuro aqui, bem no centro no meio de mim?
Basicamente, mas não exclusivamente literatura: prosa e poesia.