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Recordar é viver: O jornal da Ditabranda começa a tirar o corpo fora

Com o regime militar caducando com as Diretas Já em 1984, a FSP, já com outra direção editorial, dedicou várias páginas ao regime que comemorava 20 anos e começou a reescrever a sua própria história, dizendo que “a reação aos excessos revolucionários começou simultaneamente em dois grandes jornais: o ‘Correio da Manhã’, do Rio e a ‘Folha’ de São Paulo.” Acho que os posts anteriores dispensam maiores comentários sobre essa impressionante cara-de-pau, ainda cuidadosamente acolchoada numa reportagem no meio do caderno. Note apenas, caro leitor, o adjetivo “revolucionário”: seria ainda um deslize ou talvez um sinal de continuidade entre as duas folhas?

Não é minha intenção fazer o papel de dedo-duro, mas me espanta o desaparecimento dos defensores do regime militar. Não dos recalcitrantes que ainda querem comemorar a coisa, mas dos arrependidos, que pularam do barco em algum ponto depois de 64, a maioria bem depois de 64, quando ser oposição já não era tão perigoso e o tal "milagre" tinha azedado e virado um pesadelo de estagnação, inflação e endividamento externo.

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