Há uns anos atrás, quando funcionava nos fundos mais profundos da mercearia que mudou para o prédio ao lado, o The Great Wall of China se enquadrava perfeitamente no meu conceito de birosca. Hoje o restaurante cresceu e se diversificou, servindo [dizem] o melhor dim sum [pasteizinhos geralmente cozinhos a vapor ] e o melhor hot pot da cidade [espécie de fondue chinês]. Mas o que me interessa mesmo é o menu ainda birosqueiro do The Great Wall of China: uma marmita de isopor estufada até os limites do possível com uma montanha de arroz e quatro generosas porções de qualquer uma das dez ou quinze opções colocadas num típico buffet de serve-serve, que não acontece neste caso porque quem serve é uma das duas donas do restaurante, mulheres de mal-humor milenar que nunca perde tempo com sorrisos. Uma delas é casada com o cozinheiro, homem de gentileza também milenar e uma verruga cabeluda na bochecha direita que parece um ½ bigode Fumanchu, que comanda uma cozinha limpa e organizada [quem entra, como eu, pela porta de trás, passa pela cozinha]. Pois é, meus caros, essa comida, simples, honesta, variada e muito bem feita custa apenas 7 mangos, acompanhada ainda da melhor sopa de restaurante chinês americano que eu conheço! A marmita que supostamente serve para um caboclo alimenta minha família de quatro. De quebra, o reetaurante tem uma padaria chinesa de primeira oferece quase sempre “pork buns” [espécie de pão doce recheado de carne de porco], sesame buns [bolinha de pão frita feito um churro e coberta de grãozinhos de gergelim e outras delícias.
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E fora os pratos mais manjados, as combinações do buffet são sempre ótimas: carne de porco com nabos, lula com xuxu, favas com presunto, tudo sempre fresquinho e feito sem gordura demais.