É um falso dilema, não tem grande ligações com a realidade, mas eu sou daqueles que, embora não seja um entusiasta da modalidade, acredito no valor relativo da masturbação mental [aliás já pararam para pensar no moralismo implícito de quem usa uma expressão qualquer agregada ao termo masturbação para significar algo negativo, improdutivo, inútil?]. Depois de ler um par de reportagens em jornais brasileiros sobre o que chamam [para mim num equívoco completo] de “fiasco olímpico”, textos típicos em sua fúria, no ódio e desprezo a si mesmos e no complexo de inferioridade misturado com megalomania que compõe a psique particular do meu país, imaginei a seguinte situação, assumidamente fantasiosa e quase imbecil. Se o gênio da lâmpada maravilhosa oferecesse ao Brasil um nível de vida do Canadá em troca de termos um futebol “canadense”, o que responderia o Brasil?
Monteiro Lobato conta em "O engraçado arrependido" a história trágica de um homem que não consegue se livrar do papel de palhaço da cidade, papel que interpretou com maestria durante 32 anos na sua cidade interiorana. Pontes é um artista, um gênio da comédia e por motives de espaço coloco aqui só o miolo da introdução em que o narrador descreve o ser humano como “o animal que ri” e descreve a arte do protagonista: "Em todos os gestos e modos, como no andar, no ler, no comer, nas ações mais triviais da vida, o raio do homem diferençava-se dos demais no sentido de amolecá-los prodigiosamente. E chegou a ponto de que escusava abrir a boca ou esboçar um gesto para que se torcesse em risos a humanidade. Bastava sua presença. Mal o avistavam, já as caras refloriam; se fazia um gesto, espirravam risos; se abria a boca, espigaitavam-se uns, outros afrouxavam os coses, terceiros desabotoavam os coletes. E se entreabria o bico, Nossa Senhora! eram cascalhadas, eram rinchavelhos, e
Comments
Alguém me falou disso, mas não tinha a referência, e fiquei curiosa.