Skip to main content

Diário da Babilônia - The New Enquiry

The New Enquiry é uma iniciativa de um grupo de jovens de mais ou menos 25 anos que moram em Nova Iorque e são apaixonados por literatura. Essa geração tem sido profundamente afetadas por duas crises: a do mundo editorial e a da academia. As possibilidades de profissionalização são escassas e frustrantes, num ambiente onde o medo e o comodismo imperam. Na revista eles encontraram um meio aberto a trabalhos amadores de altíssima qualidade - você pode até não gostar os artigos, achar tudo meio pedante e definitivamente provinciano, mas não é a coleção de abobrinhas que a gente costuma ler na internet.
[faço aqui um breve parêntesis: eu sei que parece loucura minha, mas acho que não há lugar mais provinciano no mundo que Nova Iorque - nem São Paulo chega perto. E quem achar que eu estou de sacanagem, me diga: uma revista - The New Yorker - com um artigo de três páginas sobre os carrinhos de cachorro quente da cidade é o quê?]
Além da revista eletrônica, uma vez por semana eles se encontram num sebo clandestino - o lugar funciona num apartamento de terceiro andar de um prédio residencial e só recebe clientes que foram convidados. Cada um traz sua bebida e eles ficam batendo papo até as 10, quando cada um tem 3 minutos para ler em voz alta um texto qualquer, seu ou de outra pessoa sobre o assunto da semana.

Comments

Site interessante! É bom descobrir essas coisas. Foi para o Google Reader.
E boa sacada a do cachorro-quente na New Yorker.
Pois é, André. O livro em plataforma eletrônica pode fazer com o mundo editorial o que o MP3 fez com a música. Criar uma revista ou vender livros online, sem papel e sem transporte e sem pagar jabá, é outra coisa. O New York Times fez uma reportagem meio condescendente sobre eles por causa da idade dos caras, mas eles foram capa do segundo caderno hoje.

Popular posts from this blog

Contos: "O engraçado arrependido" de Monteiro Lobato

Monteiro Lobato conta em "O engraçado arrependido" a história trágica de um homem que não consegue se livrar do papel de palhaço da cidade, papel que interpretou com maestria durante 32 anos na sua cidade interiorana. Pontes é um artista, um gênio da comédia e por motives de espaço coloco aqui só o miolo da introdução em que o narrador descreve o ser humano como “o animal que ri” e descreve a arte do protagonista: "Em todos os gestos e modos, como no andar, no ler, no comer, nas ações mais triviais da vida, o raio do homem diferençava-se dos demais no sentido de amolecá-los prodigiosamente. E chegou a ponto de que escusava abrir a boca ou esboçar um gesto para que se torcesse em risos a humanidade. Bastava sua presença. Mal o avistavam, já as caras refloriam; se fazia um gesto, espirravam risos; se abria a boca, espigaitavam-se uns, outros afrouxavam os coses, terceiros desabotoavam os coletes. E se entreabria o bico, Nossa Senhora! eram cascalhadas, eram rinchavelhos, e

Poema meu: Saudades da Aldeia desde New Haven

Todas as cartas de amor são Ridículas. Álvaro Campos O Tietê é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia, mas o Tietê não é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia porque não corre minha aldeia. Poucos sabem para onde vai e donde vem o ribeirão da minha aldeia, 
 que pertence a menos gente 
 mas nem por isso é mais livre ou menos sujo. O ribeirão da minha aldeia 
 foi sepultado num túmulo de pedra para não ferir os olhos nem molhar os inventários da implacável boa gente da minha aldeia, mas, para aqueles que vêem em tudo o que lá não está, 
 a memória é o que há para além do riberão da minha aldeia e é a fortuna daqueles que a sabem encontrar. Não penso em mais nada na miséria desse inverno gelado estou agora de novo em pé sobre o ribeirão da minha aldeia.

Diário do Império - Antenado com a minha casa [BH]

Acompanho a vida no Brasil antes de tudo pela internet, um "lugar" estranho em que a [para mim tenebrosa] classe m é dia brasileira reina soberana, quase absoluta, com seus complexos, suas mediocridades e sua agressividade... Um conhecido, daqueles que ao inv és de ter um blogue que a gente visita quando quer, prefere um papel mais ativo, mandando suas "id éias" para os outros por e-mail, me enviou o texto abaixo, que eu vou comentar o mais sucintamente possível: resolvi a partir de amanh ã fazer um esforço e tentar, al ém do blogue, onde expresso minhas "id éias" passivamente, tentar me comunicar diretamente com as pessoas por carta... OS ALUNOS DE UNIVERSIDADES PARTICULARES DERAM UMA RESPOSTA; E A BRIGA CONTINUOU ... 1 - PROVOCAÇÃO INICIAL Estudar na PUC:............... R$ 1.200,00 Estudar no PITÁGORAS:..........R$ 1.000,00 Estudar na NEWTON:.....R$ 900,00 Estudar na FUMEC:............ R$600,00 Estudar na UNI-BH:........... R$ 550,00 Estudar na