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Feliz Aniversário, Belo Horizonte


[imagem: sobreposição de mapa do plano original de Belo Horizonte e da vila do Curral Del Rey]

Quando fez 114 anos Belo Horizonte ganhou de presente um daqueles temporais de verão épicos que, justiça seja feita, acontecem todos os verões com menor ou maior intensidade. Os jornais e a população olham para o céu e se perguntam porque mas a questão está debaixo dos seus pés. Belo Horizonte sepultou seus muitos rios, ribeirões e córregos. E os sepultados vivos saem debaixo da terra e vem cobrar aos patetas que vivem hoje a sua estupidez:



Mas não adianta; só uma senhora ensaia um queixa contra a "linha verde" que o jornal se apressa em descartar com uma declaração da prefeitura. Tudo culpa dos céus ou da caprichosa "vazão dos córregos". Feliz aniversário, Estúpido Horizonte de onde eu vim, que me fez quem eu sou, que eu amo. Nessas horas, no frio da Nova Inglaterra, eu só penso no final de Absalom, Absalom:

"Tell about the South," said Shreve McCannon. "What do they do there? How do they live there? Why do they?…Tell me one more thing. Why do you hate the South?"

"I don't hate it," Quentin said, quickly, at once, immediately; "I don't hate it," he said. I don't hate it he thought, panting in the cold air, the iron New England dark: I don't. I don't! I don't hate it! I don't hate it!

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 que pertence a menos gente 
 mas nem por isso é mais livre ou menos sujo. O ribeirão da minha aldeia 
 foi sepultado num túmulo de pedra para não ferir os olhos nem molhar os inventários da implacável boa gente da minha aldeia, mas, para aqueles que vêem em tudo o que lá não está, 
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