Um crítico perspicaz da obra de Gregório de Mattos chamou sua forma de ver o mundo como "Complexo de Mazombo" [Mazombo era o termo para brancos nascidos na colônia, como o "criollo" no castelhano]. Tudo o que ele vê está filtrado pelo seu ressentimento e até indignação, motivados pela convicção do Mazombo de que ele é melhor do que o lugar onde vive, de que o lugar onde ele nasceu ou onde vive não merece suas qualidades culturais e morais superiores. Junte-se a isso a convicção de que negatividade é necessariamente agudeza de juízo; que grosseria é firmeza de príncipios e um imensa vontade de distanciamento, de não se sentir responsável, co-autor da realidade onde vive e temos o quadro completo. Agora, cá entre nós, bater na Danusa é brigar com cachorro morto. Existem por aí casos bem mais sofisticados do Complexo de Mazombo, mesmo porque desde o pós-ditadura ele é quase uma epidemia entre as elites brasileiras.
PS. Para não criar mal-entendidos, Gregório de Mattos é um poeta que eu já li muito e de quem gosto imensamente. Quem dera um décimo dos Mazombos de hoje em dia escrevessem com um décimo da verve e talento dele…
PS. Para não criar mal-entendidos, Gregório de Mattos é um poeta que eu já li muito e de quem gosto imensamente. Quem dera um décimo dos Mazombos de hoje em dia escrevessem com um décimo da verve e talento dele…
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Coloquei no meu blog a passagem sobre o Urupes e a garçonniere de Oswald. Na verdade ele não esqueceu o manuscrito, mas as provas. Menos grave.