Um conto que faz parte daquela série dedicada ao maravilhoso Cartola "rir para não chorar"... Saldanha da Gama tanto fez que, quase cem anos depois de morrer, acabamos fazendo o tal plebiscito. O resultado não foi bem o que ele queria,,, Plebiscito Arthur Azevedo A cena passa-se em 1890. [1] A família está toda reunida na sala de jantar. O senhor Rodrigues palita os dentes, repimpado numa cadeira de balanço. Acabou de comer como um abade. Dona Bernardina, sua esposa, está muito entretida a limpar a gaiola de um canário belga. Os pequenos são dois, um menino e uma menina. Ela distrai-se a olhar para o canário. Ele, encostado à mesa, os pés cruzados, lê com muita atenção uma das nossas folhas diárias. Silêncio De repente, o menino levanta a cabeça e pergunta: — Papai, que é plebiscito? O senhor Rodrigues fecha os olhos imediatamente para fingir que dorme. O pequeno insiste: — Papai? Pausa: — Papai? Dona Bernardina intervém: — Ó seu Rodrigues, Mand
Basicamente, mas não exclusivamente literatura: prosa e poesia.