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Showing posts from September, 2017

Vá pra Porto Rico!

Cuba recentemente se transformou numa obsessão no Brasil. Tendo em vista a insularidade brasileira, qualquer interesse por um país estrangeiro é a princípio bem vinda. Além das idealizações e demonizações meio bestas que imperam no mundo gritado das redes sociais e na imprensa brasileira, acredito que devíamos olhar para Cuba, sim. Mas sinceramente não faz muito sentido querer comparar uma ilha caribenha pertinho da Flórida com um país imenso como o Brasil. Então, que tal comparar Cuba com Porto Rico? Assim a gente aproveita e conhece um pouquinho mais sobre essa outra ilha de gente orgulhosa e batalhadora, que tem muito mais a mostrar do que o tal “Despacito” [como, por exemplo, “Latinoamérica” do Calle 13, que pode não ser nenhuma “Despacito” mas tem mais de 80 milhões de acessos no iutúbio]:  Infelizmente muito da História recente de Porto Rico não foi feita na ilha. Por exemplo, o Jones Act aprovado no congresso dos Estados Unidos em 1920 estipula unilateralmente que Porto R

Obituário: Faulkner

Trecho de uma carta famosa do meu amigo de FCBK William Faulkner :  "É meu objetivo e fruto de todos os meus esforços que o sumário e a história da minha vida, que é em uma só sentença obituário e epitáfio também, seja os dois então: Ele escreveu os livros e ele morreu"  [It is my aim and every effort bent, that the sum and history of my life, which in the same sentence is my obit and epitaph too, shall be them both: He wrote the books and he died].

Poema meu: Decasia

Decasia* a orquestra de cinquenta e cinco fúrias pulsavançatravancapita pontuando festivosinistra a película que engole e regurgita as imagens do filme em sequência de sonho mecânico: o tear nervolento que roda na mão a manivela que roda na mão do moço o carrossel que roda a cada dez centavos, a roda gigante de madeira que roda, até que chega o dançarino asceta, rodando – suspende a orquestra em massa em suspenso o mundo e sobra o apito sibilante. O dançarino sufi roda com os braços abertos em êxtase em câmara lenta roda a saia roda o braço do outro roda a roda roda roda roda roda a dor a dor me adora é consolo de muitos crer que sofrer nos melhora mas o sofrimento não nos melhora em nada e é consolo de muitos crer que a dor quanto mais forte por isso mesmo melhor e mais nobre e é consolo de muitos crer que termina mais resistente aquele que sobrevive ao pesadelo do sofrimento agudo intenso e duro mas o sofrimento não melhora nem