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Showing posts from December, 2019

RIP David Berman 2

The dead know what they're doing when they leave this world behind When the here and the hereafter momentarily align See the need to speed into the lead suddenly declined The dead know what they're doing when they leave this world behind And as much as we might like to seize the reel and hit rewind Or quicken our pursuit of what we're guaranteed to find When the dying's finally done and the suffering subsides All the suffering gets done by the ones we leave behind Nights that won't happen Time we won't spend With each other again Ghosts are just old houses dreaming people in the night Have no doubt about it, hon, the dead will do alright Go contemplate the evidence and I guarantee you'll find The dead know what they're doing when they leave this world behind Nights that won't happen Time we won't spend Nights that won't happen Never ever again Nights that won't happen Never reaching the end Nights that won't happen Never

RIP David Berman 1

Friends are warmer than gold when you're old And keeping them is harder than you might suppose Lately, I tend to make strangers wherever I go Some of them were once people I was happy to know Mounting mileage on the dash Double darkness falling fast I keep stressing, pressing on Way deep down at some substratum Feels like something really wrong has happened And I confess I'm barely hanging on All my happiness is gone All my happiness is gone It's all gone somewhere beyond All my happiness is gone Ten thousand afternoons ago All my happiness just overflowed That was life at first and goal to go Me and you, and us and them And all those people way back when All our hardships were just yardsticks then, you know You know It's not the purple hills It's not the silver lakes It's not the snowcloud shadowed interstates It's not the icy bike chain rain of Portland, Oregon Where nothing's wrong and no one's asking But the fe

Considerações para o fim do ano

1. Primeira pergunta do ano: de onde veio tanta ignorância? Brota do chão? Cai das nuvens? É efeito colateral de uma indústria da burrice? Das redes sociais? Dos telefones tirando fotinhas de tudo o tempo todo? São fantasmas de séculos de brutalidade colonial? Alguém está disposto a fuçar essa ferida? Fuçar a ferida sem cair em narcisismo, sem encontrar nos outros uma ignorância que é minha também. Ignorar é um dom humano universal; o que espanta é esse orgulho da própria ignorância. Eu, formado em país católico, sinto-me timidamente culpado pelas minhas ignorâncias. Estudar mais para ignorar menos. 2. Uma parte significativa da população aprende em menos de vinte anos a aceitar publicamente a existência dos homossexuais e a sua visibilidade no mundo. Para eles é questão de dar fim à ignorância sobre o assunto, porque o homossexualismo sempre existiu e sempre existiu debaixo dos narizes e das barbas do resto da população. Mas outra parte significativa da população se encolhe numa fob

Evolução e Mercado

Sinceramente personalizar a natureza é um ato grosseiro de vaidade humana, comparável com aquele velho hábito de personalizar os Deuses. A natureza (ou deus, se você preferir) não é uma pessoa e não precisa atuar de acordo com parâmetros humanos de necessidade e satisfação. Acabei de ler, por necessidade de trabalho, o livro Verde brillante: Sensibilità e intelligenza del mondo vegetale de Alessandra Viola e Stefano Mancuso. Interessantíssimo o assunto, mas a linguagem do livro está cheia desse vício de linguagem. A natureza personalizada que Viola e Mancuso imaginam atua como um executivo de uma empresa, seguindo a cartilha neoliberal de cortar gastos inúteis e aumentar a produtividade, em busca de agradar a um suposto código de leis que eles chamam de Evolução, mas que sinceramente parecem os mandamentos do Senhor Mercado.

Notas para livros impossíveis: o que vejo da minha janela

1. Dizia Alfonso Reyes que a clareza é cortesia e gesto de compromisso democrático por parte do ensaísta. Acrescentava Reyes que a sua contribuição seria sempre a partir do que ele mais conhecia e amava, a literatura. São coisas que não me saem da mente enquanto escrevo. 2. Dizia Paulo Freire que enquanto o reacionário quer domesticar o presente para repetir o passado no futuro, o progressista reconhecia no futuro a oportunidade para um mundo melhor que o passado. 3. A partir dos anos 80, os reacionários complicaram as coisas adotando uma retórica revolucionária. Thatcher e Reagan propunham-se a destruir uma imaginária hegemonia estatista/socialista para voltar a um passado glorioso: imperial na Inglaterra e revolucionário nos EEUU. 4. A retórica neo-liberal deslizou do pragmatismo conformista de FHC para o delírio Bolsonarista. Agora é preciso destruir "tudo isso o que está aí": dinamitar o estado e a doutrinação da cultura socialista/gayzista. 5. Com isso os progres