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Música/Testamento

--> Há dois momentos marcantes em que dois artistas que eu admirei muito como adolescente rasgaram aquela capa que insiste em ficar entre a arte e a vida. Esse limite ganhava urgência e se transformava também em limite entre a vida e a morte, já que as duas são canções que falam sobre uma morte como uma coisa eminente e concreta, não como uma abstração impactante para impressionar adolescentes. O primeiro foi em 1989, quando eu tinha vinte anos, sonhava com o Lula barbudão sem gravata presidente revolucionário, era o pior estudante universitário que eu já conheci, tinha uma banda de roque e ainda comprava vinis com meus caraminguás como professor de inglês. Foi assim que comprei Burguesia , o último disco do Cazuza. Um disco difícil de ouvir por causa da debilidade física do artista que fica registrada feito um fantasma na voz trêmula e vacilante do cantor. A faixa fantasmagórica mais impressionante daquele disco é “Cobaias de Deus”, música de Ângela Ro-Rô e letra am...