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Poesia lendo poesia

Lendo Cova Profunda é a Boca das Mulheres Estranhas na cova profunda  perdão é graça das assimétricas gagas interrompidas muitas vezes dedos tortos de artrose costurando ponto a ponto, mudamente esqueletos feitos para dançar não dançam desfilam pequenos horrores enternecidos rancores frios marmorizados em orgulhos carunchos boiando em círculos ralas como água de arroz reconhecendo a viva na morta

Lendo Manoel de Barros

Poesia minha

JULHO, 1969  eu nasci e ninguém mais foi à lua os sonhos encolhendo os olhos firmes abotoados no chão esperando um bilhete sorteado a justiça fútil dos ressentidos colecionando arrependimentos acreditando que quem pode  não faz manda fazer e depois não paga 

Segunda versão

  Ciranda     A menina não se parece com ninguém .   A nda sempre na ponta dos pés.   Nenhuma é sua casa    e para ela nunca nada chega    na hora mais certa.     Da mãe a menina aprende    que o besouro que cai de costas    não se levanta mais .   Da mãe a menina aprende    que há certas coisas    que deitam raízes nos dedos   à revelia de nós mesmos.       Do pai resta um cheiro morno    de livros, de fumo , de couro   e o som um pouco gasto   de um disco que corre esgotado    e carrega uma música    remota e , contudo , ainda nítida.     A menina não se parece com ninguém .   A nda sempre na ponta dos pés.   Na casa nova s ão muitos os sorrisos    cujo sentido ela não pode alcançar.   Nos dias melhores no ar se respira    indulgência e uma certa irritação   (a perigosa ...