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Diário da quarentena no fim de Minas II

Eu estava numa vídeo-chamada com um primo querido de Belo Horizonte. Falávamos de arte, de oportunidades para a arte. Verdade seja dita, meus sentimentos estão em câmera lenta. A palavra arte está batendo numa parte de mim que amortece o impacto. Penso sem querer pensar: para que serve a arte em um mundo sem futuro? Para distração de isolados e desesperados? Então não é arte, é entretenimento. Mas haverá outro mundo depois desse que se esvai? Haverá arte? Entro numa vídeo-conferência, uma reunião de trabalho. Sou sempre a pessoa que escreve as atas e não será diferente dessa vez. Vejo o rosto da minha chefe e tento escutar o que ela está dizendo. De repente, quando dou por mim, percebo que estou numa vídeo-conferência. Vejo o rosto da minha chefe e tento escutar o que ela está dizendo. De repente, quando dou por mim, percebo que estou em uma vídeo conferência. Vejo o rosto da minha chefe e tudo em volta parece rodar. Onde está minha atenção? Sumiu de novo. E voltou. E sumiu. E voltou....

Trilha sonora para o fim do mundo 2

Days like this I don't know what to do with myself All day and all night I wander the halls along the walls and under my breath I say to myself I need fuel to take flight And there's too much going on But it's calm under the waves, in the blue of my oblivion Under the waves in the blue of my oblivion Is that why they call me a sullen girl, sullen girl They don't know I used to sail the deep and tranquil sea But he washed me ashore and he took my pearl And left an empty shell of me And there's too much going on But it's calm under the waves in the blue of my oblivion Under the waves in the blue of my oblivion Under the waves in the blue of my oblivion It's calm under the waves in the blue of my oblivion

Trilha sonora para o fim do mundo

Tudo indica que estamos a beira de uma catástrofe no Brasil. A inação e ineficiência dos EUA já vai mostrando como a pandemia pode tomar proporções ainda maiores do que as que ela teve na China, e mesmo na Itália ou na Espanha. Tudo indica que o pior ainda está por vir e acontecerá no Brasil. Finalmente, dezenas de apelidos depois, nosso despresidente encontrou seu epíteto perfeito: "Bolsonero", tocando sertanejo gospel da sacada do seu palácio enquanto assiste sua Roma arder em chamas. Amarga simetria irônica: Darcy Ribeiro gostava de chamar a América Latina de Nova Roma, seguindo José Vasconcelos. Seremos a Nova Roma em chamas e eu, aqui de longe, vou por as imagens no mudo e ligar essa já velha canção tão estranha, misturando desespero e uma vontade inocente quase piegas de redenção. Vamos celebrar a estupidez humana A estupidez de todas as nações O meu país e sua corja de assassinos Covardes, estupradores e ladrões Vamos celebrar a estupidez do povo Nossa polí...