Eu diria que em torno de 40% da população brasileira [no máximo] está firmemente polarizada entre esquerda e direita num conflito cada vez mais feroz. Cada um desses dois lados conta com aproximadamente 20% do leitorado, e é bom lembrar que esses 20% são geralmente fragmentados entre posições significativamente diferentes. As pessoas de esquerda nunca, em hipótese alguma, votariam num almofadinha de coluna social e as pessoas de direita, dificilmente, votariam de novo num operário filho de retirantes. Mas os outros 60% da população poderiam votar em um e logo em seguida no outro sem passar por qualquer tipo de crise existencial. Nenhuma dessas duas minorias respeitáveis consegue eleger sozinha um candidato a cargo executivo numa cidade grande; talvez nem mesmo um senador. Cabe sempre a esses candidatos convencer uma parcela respeitável daquele 60% que poderíamos chamar por falta de nome melhor de eleitores desengajados. Não gosto desse nome porque o acho pejorativo. Mas uso o termo m...
Basicamente, mas não exclusivamente literatura: prosa e poesia.