Skip to main content

Posts

Showing posts from November, 2016

Postal: Turner

Máscara mortuária de Turner feita por Thomas Woolner em 1851 "Ninguém acreditaria,  ao ver uma imagem da minha pessoa,  que fui eu que pintei esses quadros." JMW Turner Quadro de Turner com o qual convivi por nove anos. Perdi a conta das vezes em que me sentei na frente dele.

Faulkner e seus fósforos

Faulkner rindo da nossa cara em Los Angeles Faulkner usou essa cena lindíssima de um fósforo aceso no meio da noite mais de uma vez. Acho que a mais famosa é essa aí, de Luz em Agosto [ Light in August ], onde a coisa é quase um motive – volta e meia aparece o personagem principal acendendo um fósforo no meio do escuro: "So Christmas lit the cigarette and snapped the match toward the open door, watching the flame vanish in midair. Then he was listening for the light, trivial sound which the dead match would make when it struck the floor. And then it seemed to him that he heard it. Then it seemed to him, sitting on a cot in a dark room, that he was hearing a myriad sounds of no greater volume-- voices, murmurs, whispers, of trees, darkness, earth, people, his own voice, other voices evocative of names and times and places-- which he had been conscious of all his life without knowing it, which were his life, thinking God perhaps and me not knowing that too . He could see it

Música: "Freight Train" de Elizabeth Cotten

Elizabeth Cotten é uma dessas canhotas danadas que autodidaticamente acabam inventando coisas fantásticas "brigando" com instrumentos e objetos feitos para destros. Falando de forma egoísta, Elizabeth Cotten é também um desses talentos maravilhosos que a pobreza muitas vezes nos esconde e nos nega. Desde esse ponto de vista, a história dela é uma história feliz. Cotten passou 25 anos sem fazer música mas, trabalhando como babá numa casa de músicos, reencontrou o violão e tocou para seus patrões essa canção, "Freight Train" (Trem de Carga), que ela compôs quando tinha 11 anos.  Já imaginou uma menina de 11 anos cantando “when I’m dead and in my grave [...] Place the stones at my head and feet]!? A letra se encaixa na música de uma forma de certa forma infantil, mas a canção tem uma gravitas  incomum. Há uma maravilhosa economia de palavras: a conexão causal entre "Please, don't tell what train I'm on" e "They won't know what route I'