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Showing posts with the label Brenda Ríos

Tradução minha: Brenda Ríos

"Agora me vem a ideia de que a literatura europeia cuida dos adjetivos como se fossem jóias que estivessem trancafiadas na caixa forte de um hotel elegante. Os latino-americanos escrevem como se só pudessem fazer um livro que diga tudo de todas as maneiras possíveis. A narrativa europeia é um homem vestido de terno num anúncio de perfume. A narrativa latino americana é um jovem imprudente dum anúncio de motocicletas. Ainda que não seja ninguém para opinar sobre o assunto, é essa a minha opinião." Fragmento de "1 de mayo", crônica de Brenda Ríos contida em Empacados al vacío - Ensayos sobre la nada

Traduzindo: "O oficio dos cadáveres" de Brenda Ríos

A Macabéa de Clarice Lispector, Marcélia Cartaxo e Suzana Amaral O ofício dos cadáveres Brenda Ríos Quando mais me afasto de Lispector mais próxima me sinto... tenho Macabéa na cabeça e me comove à media em que a vou compreendendo ainda que não a veja há quase três anos. Que coisa é a literatura que nos faz sentir compaixão por seres que não existem, que não são? Por que a construção ficcional pode ser mais verídica que o que aconteceu hoje de manhã no trabalho ou no mercado, no acidente que testemunhamos no caminho de volta para casa? Como ignoramos os detalhes da nossa própria relação com os demais e nos lembramos de detalhes mínimos, coloridos, das vidas em romance, das vidas dos personagens, dos pensamentos dos personagens? Que somos capazes de dar quando nos fechamos e preferimos a porta de outro mundo lendo do que viver com nós mesmos? ler pareceria um exercício de covardia. outro dia falava de Sándor Márai e seus romances que tratam da amizade entre homens, romances muit...

Traduzindo: "Árvores e calçadas" de Brenda Ríos

Brenda Ríos Árvores e calçadas Tenho visto árvores que arrebentam o cimento das calçadas, exibindo raízes nuas sem crescer muito alto; são pequenas e fortes, como o amor rancoroso. Não têm orgulho, se humilharam em casa e agora ficam ali com suas minúsculas vinganças contra os pedestres que tropeçam quando não veem suas raízes fazendo ondas no caminho.