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Da santidade que se oferece diariamente a cada um de nós

Poesia Portuguesa: "O velho abutre" de Sophia de Mello Breyner Andresen

Foto minha: Detalhe do quadro "Greenland Falcon" [1780] de George Stubbs O velho abutre Sophia de Mello Breyner Andresen O velho abutre é sábio e alisa as suas penas A podridão lhe agrada e seus discursos Têm o dom de tornar as almas mais pequenas De Grades (1970)

Poesia portuguesa: "As pessoas sensíveis" de Sophia de Mello Breyner Andresen

--> As pessoas sensíveis Sophia de Mello Breyner Andresen As pessoas sensíveis não são capazes De matar galinhas Porém são capazes De comer galinhas O dinheiro cheira a pobre e cheira À roupa do seu corpo Aquela roupa Que depois da chuva secou sobre o corpo Porque não tinham outra O dinheiro cheira a pobre e cheira A roupa Que depois do suor não foi lavada Porque não tinham outra "Ganharás o pão com o suor do teu rosto" Assim nos foi imposto E não: "Com o suor dos outros ganharás o pão". Ó vendilhões do templo Ó construtores Das grandes estátuas balofas e pesadas Ó cheios de devoção e de proveito Perdoai-lhes Senhor Porque eles sabem o que fazem.