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Showing posts with the label O Sul é o Sal da Terra

Música: outros Chicos Buarques

Mais ou menos no mesmo momento em que Chico Buarque, Edu Lobo, Francis Hime, Carlos Lyra, Sérgio Ricardo e outros apareciam no Brasil, a canção se renovava com jovens universitários em toda a América Latina. Tinham vontade de escrever letras elaboradas e inovadoras, tinham vontade de ligar-se a tradições musicais populares dos seus países, tinham desejo de se projetar como cantores e autores mas que como intérpretes. Do Uruguai vem esse incrível exemplo, presente de rede social que uma estudante que se tornou colega e amiga me mandou hoje. Daniel Viglietti, dono de técnica sofisticada para o violão e de letras excelentes como esse "Mucho, porquito y nada". Uma ideia interessante para esses tempos cabulosos, sobre uma certa ligação entre mudanças no pessoal e no público, no micro e no macro, nas atitudes e na vida e sobre a necessidade de seguir "cambiando este cambio nuestro", ir reformando nossos sonhos de acordo com as grandes e pequenas mudanças. 

Música que você precisa conhecer: Lucinda Williams

Gostam de criticar o sul dos Estados Unidos, projetando para lá tudo o que há de ruim e atrasado nos Estados Unidos, principalmente o racismo supremacista que envolveu esse país num manto triste de segregação racial no estilo do apartheid até pelo menos os anos 60 e ainda traz sequelas até hoje. Sim, o sul é a parte mais pobre e "atrasada" economicamente dos Estados Unidos, mas também é um celeiro inesgotável para a parte mais interessante da cultura dos Estados Unidos, aquela que não se contenta em ser apenas uma nova Inglaterra, aquela que se deixa infiltrar nas raízes por várias matrizes culturais profundas, vernaculares, fortes demais. Lucinda Williams, eu suponho, deve ser muito pouco conhecida no Brasil, então dá vontade de compartilhar essa maravilha. Por que esse cantinho meu jogado às moscas serve entre outras coisas para isso; para compartilhar tantas coisas que eu acho maravilhosas e que passam em branco no mundo dos Faustinhos, FMs e jornalões e quetais.  Fr...

Flannery O'Connor explica porquê o Sul tem a literatura dos Estados Unidos que eu mais gosto

Flannery O'Connor "The problem [...] will be to know how far [the writer] can distort without destroying, and in order not to destroy, he will have to descend far enough into himself to reach those underground springs that give life to big work. This descent into himself will, at the same time, be a descent into his region. It will be a descent through the darkness of the familiar into a world where, like the blind man cured in the gospels, he sees men its if they were trees, but walking. This is the beginning of vision, and I feel it is a vision which we in the South must at least try to understand if we want to participate in the continuance of a vital Southern literature. I hate to think that in twenty years Southern writers too may be writing about men in gray-flannel suits and may have lost their ability to see that these gentlemen are even greater freaks than what we are writing about now. I hate to think of the day when the Southern writer will satisfy the tired rea...