Skip to main content

Música que você precisa conhecer: Lucinda Williams




Gostam de criticar o sul dos Estados Unidos, projetando para lá tudo o que há de ruim e atrasado nos Estados Unidos, principalmente o racismo supremacista que envolveu esse país num manto triste de segregação racial no estilo do apartheid até pelo menos os anos 60 e ainda traz sequelas até hoje. Sim, o sul é a parte mais pobre e "atrasada" economicamente dos Estados Unidos, mas também é um celeiro inesgotável para a parte mais interessante da cultura dos Estados Unidos, aquela que não se contenta em ser apenas uma nova Inglaterra, aquela que se deixa infiltrar nas raízes por várias matrizes culturais profundas, vernaculares, fortes demais. Lucinda Williams, eu suponho, deve ser muito pouco conhecida no Brasil, então dá vontade de compartilhar essa maravilha. Por que esse cantinho meu jogado às moscas serve entre outras coisas para isso; para compartilhar tantas coisas que eu acho maravilhosas e que passam em branco no mundo dos Faustinhos, FMs e jornalões e quetais. 

Fruits of My Labor

Baby, see how I been living
Velvet curtains on the windows to
Keep the bright and unforgiving
Light from shining through
Baby, I remember all the things we did
When we slept together
In the blue behind your eyelids
Baby, sweet baby

Traced your scent through the gloom
'Til I found these purple flowers
I was spent, I was soon smelling you for hours
Lavender, lotus blossoms too
Water the dirt, flowers last for you
Baby, sweet baby

Tangerines and persimmons and sugarcane
Grapes and honeydew melon
Enough fit for a queen
Lemon trees don't make a sound
'Til branches bend and fruit falls to the ground
Baby, sweet baby

Come to my world and witness
The way things have changed
'Cause I finally did it, baby
I got out of La Grange
Got in my Mercury and drove out west
Pedal to the metal and my luck to the test
Baby, sweet baby

I been tryin' to enjoy all the fruits of my labor
I been cryin' for you boy but truth is my savior

Baby, sweet baby if it's all the same
Take the glory any day over the fame
Baby, sweet baby

Comments

Sobre compartilhar coisas desse tipo com moscas como eu: as coisas que ouvi aqui destruíram algumas impressões erradas sobre música americana que eu tinha.
Agora, especificamente sobre essa música: li a letra em voz alta antes de escutar e mesmo no meu inglês macarrônico ela me pareceu muito sonora. Daí fui ouvir e levei um susto com o rasgo da voz da cantora, eu não esperava. Ela me pareceu, depois de alguns segundos, a verdade por trás da Sheryl Crow daquela música tema do filme Erin Brockovich. Interessante.

Ela é fera demais e uma peça! Experimente agora "Car Wheels on the Gravel Road", é uma das músicas dela que eu mais gosto e título do CD que eu mais gosto.

Popular posts from this blog

Protestantes e evangélicos no Brasil

1.      O crescimento dos protestantes no Brasil é realmente impressionante, saindo de uma pequena minoria para quase um quarto da população em 30 anos: 1980: 6,6% 1991: 9% 2000: 15,4%, 26,2 milhões 2010: 22,2%, 42,3 milhões   Há mais evangélicos no Brasil do que nos Estados Unidos: são 22,37 milhões da população e mais ou menos a metade desses pertencem à mesma igreja.  Você sabe qual é? 2.      Costuma-se, por ignorância ou má vontade, a dar um destaque exagerado a Igreja Universal do Reino de Deus e ao seu líder, Edir Macedo. A IURD nunca representou mais que 15% dos evangélicos e menos de 10% dos protestantes como um todo. Além disso, a IURD diminuiu seu número de fiéis   nos últimos 10 anos de acordo com o censo do IBGE, ao contrário de outras denominações, que já eram bem maiores. 3.      Os jornalistas dos jornalões, acostumados com a rígida hierarquia inst...

Poema meu: Saudades da Aldeia desde New Haven

Todas as cartas de amor são Ridículas. Álvaro Campos O Tietê é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia, mas o Tietê não é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia porque não corre minha aldeia. Poucos sabem para onde vai e donde vem o ribeirão da minha aldeia, 
 que pertence a menos gente 
 mas nem por isso é mais livre ou menos sujo. O ribeirão da minha aldeia 
 foi sepultado num túmulo de pedra para não ferir os olhos nem molhar os inventários da implacável boa gente da minha aldeia, mas, para aqueles que vêem em tudo o que lá não está, 
 a memória é o que há para além do riberão da minha aldeia e é a fortuna daqueles que a sabem encontrar. Não penso em mais nada na miséria desse inverno gelado estou agora de novo em pé sobre o ribeirão da minha aldeia.

Contos: "O engraçado arrependido" de Monteiro Lobato

Monteiro Lobato conta em "O engraçado arrependido" a história trágica de um homem que não consegue se livrar do papel de palhaço da cidade, papel que interpretou com maestria durante 32 anos na sua cidade interiorana. Pontes é um artista, um gênio da comédia e por motives de espaço coloco aqui só o miolo da introdução em que o narrador descreve o ser humano como “o animal que ri” e descreve a arte do protagonista: "Em todos os gestos e modos, como no andar, no ler, no comer, nas ações mais triviais da vida, o raio do homem diferençava-se dos demais no sentido de amolecá-los prodigiosamente. E chegou a ponto de que escusava abrir a boca ou esboçar um gesto para que se torcesse em risos a humanidade. Bastava sua presença. Mal o avistavam, já as caras refloriam; se fazia um gesto, espirravam risos; se abria a boca, espigaitavam-se uns, outros afrouxavam os coses, terceiros desabotoavam os coletes. E se entreabria o bico, Nossa Senhora! eram cascalhadas, eram rinchavelhos, e...