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Showing posts from August, 2012

Carta Aberta ao Povo do México - Uma Lição em forma de perguntas

This is the html version of the file http://www.yosoy132media.org/wp-content/uploads/2012/08/%C2%A0Carta-abierta-al-pueblo-de-M%C3%A9xico.pdf . Google automatically generates html versions of documents as we crawl the web. Carta abierta al pueblo de México. ¿Qué democracia es ésta? En los próximos días el Tribunal Electoral del Poder Judicial de la Federación, máximo órgano judicial electoral, dará un fallo inapelable como respuesta a los graves cuestionamientos generados durante el reciente proceso electoral. Dada la abundante evidencia de delitos electorales, documentados por la Comisión de Vigilancia de este Movimiento, concluimos que el ejercicio ciudadano libre e informado no pudo llevarse a cabo conforme a lo establecido en la Constitución. El movimiento #YoSoy132 ve como una necesidad urgente que el pueblo mexicano se formule preguntas. ¿Qué democracia es ésta donde siete magistrados con sueldos millonarios deciden el rum

Cinema Latino Americano - Grandes Estrelas

Tônia Carrero destruía corações como artista de circo María Félix destruía corações como Doña Bárbara Ninon Sevilla botava para quebrar como cabaretera e cantava/dançava música cubana e brasileira nos clássicos mexicanos. Carmen Miranda era portuguesa e inventou com Caymi uma certa baiana que botou para quebrar em Hollywood.
E aproveitando o post passado, uma reflexão com a qual eu me identifico bastante quando escrevo sobre livros/filmes: "To condemn films, to say they are bad, or shallow or slipshod, or immoral because of their commercial appeal, or unlikeable or stupid…whatever – I have never known how to do that. I’m bored by it and not very good at it. It literally does not interest me. It’s work, really hard work, very difficult, and it’s good that there are still critics who know how to do it (what’s more, there are fewer and fewer of them), but I do not wish to do that work. So deep down I am not a real critic. Or whatever of the critic is in me only works at full capacity (I should say, to my best possible standard) in the initial preliminary choice of what to write about, which film, director or issue. I don’t write on all the films or directors that I like, far from it. But today, in any case, if I write about a film, it is because I like it." Sylvie Pi

Diário da Babilônia ou tirando leite de pedra

Anthony Lane da revista New Yorker é, suponho, obrigado a escrever resenhas sobre essas porcarias de Hollywood que ocupam nove em dez salas de cinema pelo mundo afora. Pelo menos ele se diverte um pouco, e me diverte também. Eis um exemplo, um trecho da resenha de Rock of Ages : "None of these characters are drawn with subtlety or care, although all relevant actors get to sing, apparently undubbed, which I guess is consolation of a kind. What they belt out, instead of original compositions, is a selection of hits from the nineteen-eighties, most of which I have spent the past quarter of a century trying fervently to forget." Em português: "Nenhum desses personagens é desenhado com sutileza ou cuidado, embora todos os atores importantes cantem, aparentemente sem dublagem, o que eu suponho é uma espécie de consolo. O que eles berram sem dó, ao invés de canções originais, é uma seleção de sucessos dos anos 80, a maioria dos quais eu venho tentando fervorosamente
Voltamos. A viagem foi sem surpresas e mesmo sem surpresas é uma viagem dura e longa - quase vinte e quatro horas se contarmos a saída de Belo Horizonte para Confins e a viagem de Nova Iorque para New Haven. Mas não só pelo longo percurso de táxi, avião pequeno, avião grande e carro até chegar em casa que essa viagem é dura. A viagem é dura por causa das muitas despedidas em Belo Horizonte, duras despedidas porque sabemos que agora só daqui há quase um ano, porque sabemos que morar em dois lugares ao mesmo tempo é, no fim das contas, uma ilusão. A chegada é bem melhor: calor de fim de verão e a meninada de chinelo de dedo na rua, cogumelos frescos e cerejas gordinhas no supermercado, nossa casa dos anos 30 com suas janelas amplas e pé-direito bem alto, os livros e presentes que chegaram da viagem intactos. O sol morto do Códice Bórgia desenhado por Covarrubias Adeus, Belo Horizonte.

Poesia minha

Belo Horizonte de Pedra    De onde veio essa pedra que o asfalto agora afoga? Do Acaba Mundo, Carapuça Prado Lopes, Lagoinha, e o Morro das Pedras. Quem, lá do alto, perfurava blocos no Acaba Mundo, Carapuça Prado Lopes, Lagoinha, e o Morro das Pedras? Quem, logo abaixo, broqueava rocha no Acaba Mundo, Carapuça Prado Lopes, Lagoinha, e o Morro das Pedras? Quem, logo ao lado, tinia a marreta dos cavoqueiros nos blocos de pedra de cor igual? Quem catava com a alavanca e puxava para a prancha tanta pedra tão manchada de suor no Acaba Mundo, Carapuça Prado Lopes, Lagoinha, e o Morro das Pedras? Quem, no telheiro, desbastava os blocos, retinindo os picões no Acaba Mundo, Carapuça Prado Lopes, Lagoinha, e o Morro das Pedras. Quem, na ferraria, reapontava as brocas velhas, cansadas da guerra no Acaba Mundo, Carapuça Prado Lopes, Lagoinha, e o Morro das Pedras? De onde veio essa pedra

Diário da Olimpíada - Dançando na grama

Capoeira e samba também já foram "assunto de polícia" não é mesmo? Assim foi também com o Crip Walk. Pois Serena Williams botou para quebrar quando ganhou o ouro nas olimpíadas e, para expressar sua alegria, deu uns passinhos bem simples de C-Walk: Segue um video de rua com passos mais elaborados: Acredite se quiser, criou-se polêmica com 18 segundos de Crip Walk! Dizer o quê? Sem a cultura negra, os EUA seriam simplesmente um dos lugares mais chatos do mundo...

Breves notas sobre o mensalão

[Esse é um assunto bem passado, mas um excelente post no Descurvo me motivou a escrever essas breves notas cansadas. Lá fora o circo continua comendo solto com o palhaço bufão Jefferson e o palhaço triste Zé Dirceu no centro do picadeiro.]   O PT paga hoje seus anos de atuação como "UDN de macacão" [sábias palavras do Brizola], agora que se transformou num PTB de gravata? Acho que nem isso. O julgamento do mensalão na mídia não passa de uma novela de baixa audiência e os indignados de hoje serão os pragmáticos de amanhã e a cortina de fumaça continua ocultando a natureza do sistema que mantém as coisas como estão. Li recentemente um artigo muito interessante sobre a situação política no México e, com todas as diferenças, o que há é um longo processo de "reformas" políticas dominado sempre pelo velho PRI em nome da continuidade. Continuidade de quê? No caso brasileiro, na superfície fica a continuidade daquilo que veio de Minas Gerais com Eduardo Azeredo, Clési

Viva la midia loca em Pindorama

“a imprensa é o pelourinho sem sentença” Carlos de Laet, 1902 “Rapaz, o Policarpo Jr. [diretor da Veja em Brasília], o amigo nosso de Brasília, é mais forte que Aldrin 40 [agrotóxico inseticida].” Cláudio Abreu conversando no telephone com Carlos Cachoeira “Se o senhor soltar o Carlos [Cachoeira], não vamos soltar o dossiê.” Andressa Mendonça ameaçando juiz federal

Feliz dias dos pais

Pedra com Cicatriz, fotografia minha Primeiro dia dos pais sem meu pai. Não que meu pai desse pelota ou me tivesse ensinado a dar pelota para o tal Dia dos Pais. Mas e daí? O fato é que ele não está aqui nem nunca mais vai estar. O fato é que todas as desculpas sobre continuidade na memória ou na carne dos filhos e netos são também balela. Mesmo que meu pai acreditasse nela. A falta existe e é irreparável e não há consolo efetivo possível além do fingimento. Já sei que agora começo a perder meus parcos leitores, mas sejamos honestos mesmo quando honestidade significa ser duro e amargo. Taí uma coisa que meu pai me ensinou pelo exemplo: esse amor perverso pela dureza e pela amargura, não não é esse meu compromisso. Meu compromisso é com a honestidade além desses joguinhos cansativos que se repetem desde sempre para nos trazer algum conforto e consolo e nos permitir esquecer a morte. Hoje é o primeiro dia dos pais sem o meu pai. Ele não está e nunca mais vai estar entre nós. Não há s

Diário da Olimpíada ou Musa é a Mãe

Dos varios termos ridículos que são usados quase todos os dias na mídia brasileira, um deles me irrita particularmente: “musa”. É como se, trantando-se de mulheres, política, esporte, artes, jornalismo, ou qualquer outro campo de atividade se resumisse a um concurso de Miss no qual, aliás como é típico nesse tipo de evento, 90% das pessoas são brancas e/ou têm olhos claros. Acompanho as olimpíadas com entusiasmo porque aqui e ali, e principalmente quando se trata de um país como o Brasil, a gente ainda encontra atletas que não são um bando de deslumbrados que só pensam em ganhar um monte de dinheiro vendendo desodorante e fingindo se importar com o esporte. E no Brasil as mulheres têm uma participação cada vez mais importante. Assim, num país que pede através da mídia que as meninas da idade da minha filha admirem super-modelos, misses-peituda e misses-traseiro, e sortidas mulheres hortifrutigranjeiras," eu me permito escolher duas mulheres excepcionais, exemplos para t

Sobre racismo e outras formas de preconceito no Brasil do século XXI

O potencial político da classe média para projetos reacionários e conservadores não é novidade para ninguém. Para não apelar de uma vez com exemplos como Hitler e os fascistas, prefiro um exemplo local: o apoio entusiasmado dessa classe média a 1964. Não é por alguma praga divina que o estado supostamente mais desenvolvido do Brasil produz uma longa estirpe de políticos reacionários [Ademar de Barros, Jânio Quadros, Paulo Maluf, etc] – a base política dessas peças é justamente a extensa classe média paulista. O problema é que o país conhecido e reconhecido pela velha classe média brasileira, onde ficava cada macaco no seu galho e pé-de-chinelo nenhum se metia a besta, se despedaça aos poucos. O efeito mais perturbador e inquietante desse desmoronamento para o velho esteio do conservadorismo brasileiro é a pilha de escombros que oculta as fronteiras. Daí tanto ressentimento, temor e ódio pelos diferentes – mais porque afinal de contas eles não são suficientemente diferent