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Racismos nas Américas

Em 1915 foi projetado o primeiro filme em seção oficial dentro da Casa Branca. Era "O Nascimento de uma Nação", baseado num livro de propaganda do grupo paramilitar Ku Klux Klan, que àquela altura tinha praticamente desaparecido. Entusiasmado o presidente Woodrow Wilson comparou o filme ao ato de "escrever história com luz". A KKK foi reconstruída sob o impacto do filme e no meio da década de 20 estima-se que já tivesse pelo menos 3 milhões de membros. Em 1924 Indiana e Colorado eram dois estados completamente dominados por políticos identificados com o grupo, que agora perseguia não apenas negros, mas judeus, católicos e imigrantes em geral.  Em Belo Horizonte, nos mesmos anos 20, chegou o arcebispo Antônio dos Santos Cabral, que começou a proibir e perseguir o culto a Nossa Senhora do Rosário, empurrando para a periferia da cidade essas igrejas e festas que mobilizam a população negra em Minas Gerais desde os tempos da colônia. Já na construção da cidade nos fins ...

Poesia minha: um soneto

--> Foi um tempo cabuloso aquele Em que vivemos em Belo Horizonte E sempre havia alguém querendo Mutilar os nossos brinquedos. Hoje finalmente envelhecemos E a cidade inteira se espanta Com ondas de suicídios, acidentes Escabrosos, assassinatos fúteis E tantos deprimidos, ansiosos e dementes Perambulando sem saber dos fantasmas Daquele tempo que ninguém quer lembrar Que vivem sufocando debaixo do asfalto suportando toneladas de concreto armado E – com razão – nos querem muito mal. Arte: Leticia Galizzi

Ponta de Areia de Milton Nascimento

"Ponta de Areia" é uma daquelas canções especiais dos anos 70. Especial por quê? A música popular, mesmo depois da indústria cultural, tem muito de repetição de motivos e ritmos convencionais, que já foram tocados antes. Assim, cada "nova" composição é uma recombinação de retalhos [as vezes só um par deles, as vezes apenas a reciclagem de um retalho só]. "Ponta de Areia" é tão "estranha" que parece ter sido composta na lua - basta seguir o trabalho rítmico de baixo e bateria para entender o que eu quero dizer. Estão misturadas tantas ideias musicais nessa pontinha de areia tão singela, ideias que parecem ter sido tiradas antes de tudo do violão e da voz de Milton Nascimento do que da escuta de algum disco velho empoeirado.  Além disso a letra de Fernando Brant, curtinha e telegráfica, fala de duas coisas que calam fundo a tantos mineiros. Afinal eu, que no fundo sou mineiro só ao meio, conheci centenas e centenas de mineiros de todos os tipos...

Aventuras em Belo Horizonte: Traduzo a Sua Camisa

O criador da performance oferecendo seus serviços Atendendo clientes Uma cliente satisfeita - agora sabe o que diz a sua camiseta Trabalhando Outro cliente Posando para foto depois do serviço

Um domingo feliz no parque com Graveola e companhia

Público Simpático A Outra Banda da Lua  Belo Horizonte tem uma cena musical riquíssima [entre outras coisas porque por aqui abundam músicos bons de verdade] e bem no meio dessa cena está uma banda chamada Graveola e o Lixo Polifônico . Eles têm três CDs muito inventivos, cheios de canções maravilhosas. Esse fim de semana a banda organizou um festival em três parques da cidade. Conseguimos ir ao último deles num parque que eu não conhecia na Cidade Nova, bairro que ganhou bastante a partir dessa descoberta. Três registros fotográficos eu deixo aqui. Amanhã falo mais sobre o o show, o [excelente] show de abertura de A Outra Banda da Lua, banda de Montes Claros tocando pela primeira em Belo Horizonte. Graveola e o Lixo Polifônico Público Gente Fina que a sombra aglomera

Gênesis de Belo Horizonte - Notas

E vejam como, nesse Gênesis de cidade que aparece do nada, não nos falta nem a serpente. Vejam na notícia ao lado com quem o nosso primeiro agente de correio,  Sebastião Maggi Salomon, dividiu o peito materno quando era ainda um bebê e morava em Itajubá na Rua dos Remédios [onde mais?].  Note como a danada, uma vez saciada do leite materno, escorrega pela extensão do corpo da Dona Mariana, apanha guardas e pés da marquesa e se esconde num dos cantos da alcova.  Note que não era a primeira vez. Note que provavelmente não foi a última. E que Dona Mariana “nenhuma ofensa sofreu”. Advogado muito bem aleitado, Maggi Salomon casou-se com a irmã de um futuro presidente da república e de agente de correio chegou a ministro.