Em tempos de coronga, a ocupação principal aqui neste meu canto é escrever obituários. Uma letra de Aldir Blanc que eu adoro é essa aqui: Incompatibilidade de gênios Doutor, jogava o Flamengo, eu queria escutar; chegou, mudou de estação, começou a cantar. Tem mais: um cisco no olho, ela em vez de assoprar Sem dó, falou que por ela eu podia cegar. Se eu dou um pulo, um pulinho, um instantinho no bar, bastou: durante dez noites me faz jejuar. Levou as minhas cuecas pro bruxo rezar. Coou meu café na calça pra me segurar. Se eu estou devendo dinheiro e vem um me cobrar Doutor, a peste abre a porta e ainda manda sentar. Depois, se eu mudo de emprego que é pra melhorar, vê só, convida a mãe dela pra ir morar lá. Doutor, se eu peço feijão ela deixa salgar. Calor, mas veste casaco pra me atazanar. E ontem sonhando comigo mandou eu jogar. No burro e deu na cabeça a centena e o milhar. Ai, quero me separar ...
Basicamente, mas não exclusivamente literatura: prosa e poesia.