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Notas para livros impossíveis

 

Quatro vezes 7 de setembro

  Em 1841 o pintor René Moreaux imaginou assim a proclamação da independência do Brasil no dia 7 de setembro de 1822. A ideia de uma monarquia constitucional não era de todo estranha . Lafayette defendia o sistema na época da revolução francesa e os próprios franceses experimentariam com ela em 1830 com o "rei cidadão " Louis Philippe e o regime durou até a revolução de 1848. Já no finalzinho da monarquia o pintor brasileiro Pedro Américo pintou o famoso Grito do Ipiranga , bem mais movimentado e com direito a uma audiência algo ambivalente do outro lado da cerca : um lavrador com seu carro de boi levando madeira recém-cortada , um fazendeiro no lombo do cavalo que parece estar olhando não exatamente para o imperador e sua trupe e de um segundo lavrador com uma mula carregada . Um ano depois a monarquia estaria aniquilada no dia 15 de outubro . Praticamente a redação inteira do jor...

Viver aqui e agora está cada vez mais difícil

No seu diário, publicado com o nome de Materia escrita , o artista plástico mexicano Gabriel Orozco faz a seguinte reflexão sobre o que poderíamos chamar de "arte da experiência": "Caminhar e observar: a fotografia é apenas o registro dessa arte, a arte da presença. Caminhar, ver e apresentar-se. Uma coisa se apresenta a nós e nós a podemos ver. Isso é uma arte. Isso uma fotografia registra (sempre mal). A arte de estar em um lugar e perceber o que está acontecendo. A arte de descobrir. A arte de esperar que as coisas se revelem. De esperar que as coisas se revelem. De esperar que o tempo se detenha. O dramático é isso, não a fotografia".   O trecho está datado de 15 de outubro de 1992. Bem antes da massificação da internet e das redes sociais. Meus filhos andam "conectados" quase que o dia inteiro - as aspas porque estão consequentemente desconectados ou semi-conectados a vida que acontece na frente deles. A viagem do sol pelo jardim, as plantas ainda nov...

15 coisas que deviam ser ensinadas na escola [e eu, se já as aprendi, aprendi sozinho nas horas vagas]

  1.      Análise de cores 2.      Análise de composição visual 3.      Prática formal de debates 4.      Leitura cerrada coletiva de poesia 5.      Noções básicas de elementos da narrativa 6.      Noções básicas práticas de tradução 7.      História dos povos indígenas nas Américas 8.      História da América Latina 9.      Noções básicas de morfologia do português 10.   Noções básicas de culinária brasileira 11.   Prática diária de alongamento 12.   Noções básicas de psicologia 13.   Estudo e debates sobre relações de gênero e etnia 14.   Introdução a todas as religiões importantes no Brasil 15.   Introdução às maiores religiões do mundo

Sobre Frida Kahlo

--> Desenho meu: Autorretrato Con rapidez se logra un acuerdo: Frida es mucho más que la figura singularísima y la artista inesperada, que a falta de otro tema se retrataba obsesivamente a sí misma. Frida es un retrato de época y es la obra que trasciende los retratos de época. En el diluvio algo queda claro: el símbolo de Frida es de una actualidad deslumbrante porque su referencia no es estrictamente la pintura (aunque abunden las reproducciones), ni la fe en el socialismo, ni la condición femenina, ni el amor a un Monstruo Sagrado, sino todo eso a la vez. En el vértice de la fridomanía, Frida es el símbolo de sí misma, el semblante en donde uno cree ver a la aparición que cuestiona su propio origen milagroso, el encuentro de los pinceles y el amor a la vida en la sala de operaciones. Frida remite a Frida, y tal creación circular la vuelve irrepetible. Trecho de "Con F de Frida" de Carlos Monsivais