Em 1841 o pintor René Moreaux imaginou assim a proclamação da independência do Brasil no dia 7 de setembro de 1822. A ideia de uma monarquia constitucional não era de todo estranha. Lafayette defendia o sistema na época da revolução francesa e os próprios franceses experimentariam com ela em 1830 com o "rei cidadão" Louis Philippe e o regime durou até a revolução de 1848.
Já no finalzinho da monarquia o pintor brasileiro Pedro Américo pintou o famoso Grito do Ipiranga, bem mais movimentado e com direito a uma audiência algo ambivalente do outro lado da cerca: um lavrador com seu carro de boi levando madeira recém-cortada, um fazendeiro no lombo do cavalo que parece estar olhando não exatamente para o imperador e sua trupe e de um segundo lavrador com uma mula carregada. Um ano depois a monarquia estaria aniquilada no dia 15 de outubro.
No dia 25 de abril de 1984, o cartunista Caruso publicou essa charge ligando o famoso quadro de Pedro Américo a luta pela volta das eleições diretas para presidente. Estão aí o futuro presidente Luís Inácio Lula da Silva [no papel de lavrador], o ultimo vice-presidente (civil) da ditadura militar Aureliano Chaves (fazendeiro com cara de paisagem) e figuras como Tancredo Neves, Franco Montoro, Leonel Brizola, Ulisses Guimarães, Dante de Oliveira (autor da emenda que não foi aprovada no congresso), o presidente militar João Batista Figueiredo, Paulo Maluf, Válter Pires e o infame Newton Cruz. As primeiras eleições diretas para presidente infelizmente tiveram que esperar até 1989.
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