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Showing posts from December, 2006

Homenagem ao poder de síntese

Ando lendo uma quantidade excessiva de antologias e resenhas de poesia e o resultado foi esse texto em "homenagem" a esses augustos críticos que nos explicam qualquer coisa em um par de parágrafos. A Geração de 65* A Geração de 65 é das mais vigorosas do século, principalmente no que diz respeito à chamada lírica da solidão anabolizante, com uma busca incessante da experimentação estética em linhas arrojadas, porém eminentemente bucólicas. Foram publicados inicialmente nas páginas amarelas das revistas Broca, Espelho e, é claro, Klut – O Passado Condena; além do lendário caderno de cultura do jornal Folha de Montezuma dirigido na época por Eulálio Fagundes Feitosa e Júlia Jorge de Medeiros. A de 65 é uma geração marcada acima de tudo pelo desastre da desclassificação da seleção iugoslava nas eliminatórias para a Copa da Inglaterra. Seu líder inconteste e figura mais importante é, sem dúvida, Xerxes Feitosa. Advogado, militante estudantil, jornalista e dono de uma academia...

Fazer o quê?

Quem tiver alguma resposta que preste que atire a primeira pedra! O poeta mexicano Jaime Sabines articulou o dilema da seguinte forma em 1956, enquanto estava enfurnado em uma loja trabalhando como comerciante em seu estado natal, Chiapas: ¿Qué putas puedo hacer con mi rodilla, con mi pierna tan larga y tan flaca, con mis brazos, con mi lengua, con mis flacos ojos? ¿Qué puedo hacer en este remolino de imbéciles de buena voluntad? ¿Qué puedo con inteligentes podridos y con dulces niñas que no quieren hombres sino poesía? ¿Qué puedo entre los poetas uniformados por la academia o por el comunismo? ¿Qué, entre vendedores o políticos o pastores de almas? ¿Qué putas puedo hacer, Tarumba, si no soy santo, ni héroe, ni bandido, ni adorador del arte, ni boticario, ni rebelde? ¿Qué puedo hacer si puedo hacerlo todo y no tengo ganas sino de mirar y mirar? Esse poema faz parte da série que Sabines transformou no livro Tarumba, um exercício memorável de sobrevivência... Porq...

Musas?

Musas? Uma pergunta de uma aluna estrangeira sobre uma canção da Rita Lee e Zélia Duncan que foi gravada por Maria Rita me chamou a atenção para a freqüência com que a palavra musa anda aparecendo na mídia brasileira e para o significado peculiar dessa palavra nesse contexto. Que diacho quer dizer para uma mulher ser chamada de "musa"? E que tal "musa do congresso", "musa do verão", "musa da novela", "musa da torcida"? Quem é a "musa dos mecânicos"? Somos um país de homens punheteiros e mulheres de papel? Cada país e cada época têm a musa que merece? Com a palavra um respeitado poeta: O POETA ASSASSINA A MUSA Há dez dias que Clotilde - Uma das musas queridas - Anda aborrecendo o poeta. Aparece carinhosa, De repente vira as costas, Diz várias coisas amargas, Bate impaciente o pé. Então o poeta aporrinhado Joga álcool e ateia fogo Nas vestes da musa. A musa descabelada Sai cantando pela rua. Súbito o corpo gran...

Musas?

Uma pergunta de uma aluna estrangeira sobre uma canção da Rita Lee e Zélia Duncan que foi gravada por Maria Rita me chamou a atenção para a freqüência com que a palavra musa anda aparecendo na mídia brasileira e para o significado peculiar dessa palavra nesse contexto. Que diacho quer dizer para uma mulher ser chamada de "musa"? E que tal "musa do congresso", "musa do verão", "musa da novela", "musa da torcida"? Quem é a "musa dos mecânicos"? Somos um país de homens punheteiros e mulheres de papel? Cada país e cada época têm a musa que merece? Com a palavra um respeitado poeta: O POETA ASSASSINA A MUSA Há dez dias que Clotilde - Uma das musas queridas - Anda aborrecendo o poeta. Aparece carinhosa, De repente vira as costas, Diz várias coisas amargas, Bate impaciente o pé. Então o poeta aporrinhado Joga álcool e ateia fogo Nas vestes da musa. A musa descabelada Sai cantando pela rua. Súbito o corpo grande se estende no chão. Di...

Em homenagens às musas

Intrigante a maneira como a palavra "musa" anda sapecando nossos meios de comunicação ... Cada país e cada época têm as musas que merece? Cada cabloco tem as musas que merece! O POETA ASSASSINA A MUSA Há dez dias que Clotilde - Uma das musas queridas - Anda aborrecendo o poeta. Aparece carinhosa, De repente vira as costas, Diz várias coisas amargas, Bate impaciente o pé. Então o poeta aporrinhado Joga álcool e ateia fogo Nas vestes da musa. A musa descabelada Sai cantando pela rua. Súbito o corpo grande se estende do chão. Diversas musas sobresalentes Desandam a entoar meus cânticos de dor. Clotilde ressuscitará no meu terceiro dia, Clotilde e o poeta farão as pazes. Música! Bebidas! Venham todos à função. Murilo Mendes, 1930-1933

Voltei 2

Consegui abrir meu blog aos comentários da imensa massa de leitores que me perseguia desde o ano passado. Então vou tentar de novo esse negócio. Vou passar nos meus e-mails o anúncio dessa volta triunfal e esperar pelas garrafas com mensagens...

Viva a porcaria!!!!!! - Voltei

"Assim como não se come caviar e lagosta todos os dias, na literatura um pouco de arroz com feijão não faria mal nenhum." Que tal um McDonalds bem nojento todos os dias? Ver filmes da Xuxa, assistir Faustão, ler porcaria - porque não? É preciso lutar pelo direito de cada cidadão consumidor de amar o seu lixo cultural sem ser incomodado por esses intelectuais super-poderosos que monopolizam os meios de comunicação completamente!!!!