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Sheila e Walton
E aí minha mãe apareceu de repente lá na casa da tia Sharon pra me buscar e todo mundo lá estranhou ela aparecer assim de repente. E ela chegou daquele jeito tão bem nervosa dela que tia Sharon deve de ter achado melhor nem perguntar nada e muito menos eu. Só o jeito que ela pegou assim no meu braço já deu pra sentir que o trem tava feio.
Queria lembrar quem foi o burro que falou outro dia na televisão que perguntar não ofende – qualquer menino da minha idade e até bem mais novo sabe muito bem que isso é a maior mentira da paróquia e já provou na própria pele o preço salamargo de uma pergunta mal perguntada na hora errada. Eu por mim já apanhei mais do que eu dava conta na minha vida, então eu não sou retardado igual o Felixton meu colega de escola, que encheu tanto o saco da mãe dele que ele foi parar no hospital e anda por aí com a perna meio torta até hoje. Eu não gosto de perna torta nem nos outros então eu logo vi que era melhor não nem abrir o bico.
Mas tem dia em que nem não abrir o bico resolve porque é se falar o bicho pega, se calar o bicho come. E o dia em que a minha mãe pareceu lá na casa da tia Sharon e me buscou foi um dia desses assim. Já no meio do caminho para o ponto de ônibus ela já me desceu um tapão na cabeça e eu “ai, mãe!” e ela ainda rosnou um “anda logo, menino” e deu um puxão que o meu braço quase virou dois: um toco solto na mão dela e outro preso aqui nimim.
Sheila e Walton
E aí minha mãe apareceu de repente lá na casa da tia Sharon pra me buscar e todo mundo lá estranhou ela aparecer assim de repente. E ela chegou daquele jeito tão bem nervosa dela que tia Sharon deve de ter achado melhor nem perguntar nada e muito menos eu. Só o jeito que ela pegou assim no meu braço já deu pra sentir que o trem tava feio.
Queria lembrar quem foi o burro que falou outro dia na televisão que perguntar não ofende – qualquer menino da minha idade e até bem mais novo sabe muito bem que isso é a maior mentira da paróquia e já provou na própria pele o preço salamargo de uma pergunta mal perguntada na hora errada. Eu por mim já apanhei mais do que eu dava conta na minha vida, então eu não sou retardado igual o Felixton meu colega de escola, que encheu tanto o saco da mãe dele que ele foi parar no hospital e anda por aí com a perna meio torta até hoje. Eu não gosto de perna torta nem nos outros então eu logo vi que era melhor não nem abrir o bico.
Mas tem dia em que nem não abrir o bico resolve porque é se falar o bicho pega, se calar o bicho come. E o dia em que a minha mãe pareceu lá na casa da tia Sharon e me buscou foi um dia desses assim. Já no meio do caminho para o ponto de ônibus ela já me desceu um tapão na cabeça e eu “ai, mãe!” e ela ainda rosnou um “anda logo, menino” e deu um puxão que o meu braço quase virou dois: um toco solto na mão dela e outro preso aqui nimim.
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