Vida Obscura
Cruz e Souza
Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,
Ó ser humilde entre os humildes seres.
Embriagado, tonto dos prazeres,
O mundo para ti foi negro e duro.
Atravessaste num silêncio escuro
A vida presa a trágicos deveres
E chagaste ao saber de altos saberes
Tornando-te mais simples e mais puro.
Ninguém te viu o sentimento inquieto,
Magoado, oculto e aterrador, secreto.
Que o coração te apunhalou no mundo.
Mas eu que sempre te segui os passos
Sei que cruz infernal prendeu-te os braços
E o teu suspiro como foi profundo!
Sei que cruz infernal prendeu-te os braços
E o teu suspiro como foi profundo!
"... para não andarem dizendo que o povo é carneiro. De vez em quando é bom a negrada mostrar que sabe morrer como homem! [...] ... mostrar ao governo que ele não põe o pé no pescoço do povo".
Depoimento dado por cidadão anônimo sobre a Revolta da Vacina recolhido pelo jornal A Tribuna ainda em 1904.
líder das barricadas no bairro da Saúde no Rio de Janeiro em 1904.
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