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Carlos Pellicer sobrevoa o Rio de Janeiro

José Vasconcelos esteve no Brasil em 1921-22 em missão oficial do governo mexicano - quem quiser conferir algumas páginas de ficção científica não-intencional deveria ler o capítulo dedicado a essa viagem por Vasconcelos no famoso Raza Cósmica. Ficção científica à parte, um dos melhores poetas mexicanos - aficcionado por vôos acrobáticos - estava com Vasconcelos nessa viagem e escreveu um belíssimo poema "aéreo" sobre o Rio de Janeiro. Aqui está apenas a primeira parte dele:

SUITE BRASILEIRA – Poemas aéreos

A Francisco S. Espejel
A Julián Nava Salinas

PRIMERA VEZ
Desde el avión,
vi hacer piruetas a Río de Janeiro
arriesgando el porvenir de sus puestas de sol.

Se ponía de cabeza
sin derramar su bahía.

Y en la lotería de sus isletas
ganaba y perdía.

El cielo se llenaba de automóviles
y de sombra a las 12 del día.

El Pão de Açúcar era un espantapájaros
soberbio, de lógica y fantasía.

Las palmeras desnudas
andaban de compras por la Rúa D'Ouvidor.

De pronto la ciudad
entró en espiral
junto con el avión,
lo mismo que 300 kilates de diamantes
en el embudo de un buen corazón.

Al bajar,
tenía yo los ojos azules
y agua de mar dentro del corazón.

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