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Showing posts from April, 2019

Poesia minha: Oral

Arte minha: O caco de lua que a janela emoldura Oral Hesitante, interrompida, redundante, improvisada, fragmentada, incompleta, rarefeita, um colar de contas brutas riscando o ar com frases curtas e simples intercaladas de nada. Língua? Língua aqui em casa a gente come língua ensopada mas é só em dia de semana. Por quê? Porque aqui é assim A gente come porque gosta A gente aqui não vira a cara pra nada.

Gasolina Jornalismo Ignorância

Arte minha: Fio da Meada Hoje nos EUA um litro de gasolina custa em media R$2,9886. Hoje no Brasil um litro de gasolina custa em media R$4,27. Isso é fácil de descobrir. Basta uma calculadora [para converter galões em litros e dólares em reais] e acesso à internet [tomando cuidado com as fontes].  A problema é saber o porquê dessa diferença. Para isso é preciso conhecer as cadeias de produção, distribuição e comercialização nos dois países. E isso inclui as regras e impostos em cada caso. Está aí um exemplo da relevância do jornalismo professional, feito por pessoas preparadas para coletar, organizar e apresentar informações num texto acessível a pessoas com um diploma de letras como eu. Na minha imensa ignorância sobre todos esses aspectos do problema, só me restaria apelar ao jornalismo para entender essa discrepância no preço ao consumidor.  Está aí também um exemplo das limitações do jornalismo. Porque eu precisaria do jornalismo não neces...

Poesia Portuguesa: Alberto Caeiro

Foto Minha: Água em Norman Deslumbramento foi o que eu senti quando li Alberto Caeiro, essa face mais luminosa de Fernando Pessoa. Se eu pudesse escrever como eu quisesse - uma triste impossibilidade, porque a gente não escreve o que quer como quer, a gente escreve o que dá conta como dá conta - gostaria de escrever forte e simples como Caeiro. Que Caeiro seja apenas uma das muitas faces de Fernando Pessoa me parece um exagero. Como é que Fernando Pessoa guardava tanta coisa assim dentro? Como é que ele dava conta de tanto? Eis um pedacinho do "Guardador de Rebanhos":  IX Sou guardador de rebanhos O rebanho é os meus pensamentos E os meus pensamentos são todos sensações. Penso  com os olhos e com os ouvidos E com as mãos e os pés E com o nariz e a boca. Pensar uma flor é vê-la e cheira-la E Comer um fruto é saber-lhe o sentido. Por isso quando num dia de calor Me sinto triste de goza-lo tanto. E me deito ao comprido na erva, E fecho os olhos quentes, Sinto ...