Elza Soares em 1960 gravou um samba antigo de 1938, que tinha sido gravado por Aracy de Almeida. A gravação abre "A Bossa Negra", na qual a cantora canta sambas com arranjos modernos com metais e brinca de quando em quando com o scatting do jazz americano. O refrão anuncia:
"Ai, ai, meu Deus,
Tenha pena de mim!Todos vivem muito bem
Só eu que vivo assim:
Trabalho e não tenho nada,
Não saio do miserê.
Ai, ai, meu Deus!
Isso é pra lá de sofrer."
Seu reconhecimento maior demorou quase 50 anos. Mas ainda bem que veio antes de Elza Soares morrer!
A versão de Aracy de Almeida é linda, mas é mais lenta, mais delicada [o compacto inclui "Marido da Orgia", sobre a violência doméstica]:
Elza Soares volta ao clássico no meio da onda da Bossa Nova impondo aquela combinação de vigor animado e afinação perfeita. Seu reconhecimento maior demorou quase 50 anos para acontecer.
Mas ainda bem que veio antes de Elza Soares morrer!
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