1. A forma como jornais na TV e no rádio fabricam um português pseudo-culto [que eu chamaria de "português curto"], e a maneira como esse monstrengo cheio de clichês, empréstimos inúteis do inglês, erros de concordância se espalha entre a gente que consome esse jornalismo, gente que geralmente se acham o supra-sumo do mundo - cem mil vezes QUALQUER outro português;
2. A maneira como certas pessoas acham que eventos como o Oscar ou o Nobel tratam de qualidades artísticas e realmente escolhem os melhores do "mundo" [que mundo?];
3. Os periódicos lamentos por uma suposta perda de qualidade da cultura em geral ou na música popular em particular, e a expectativa de que os meios de comunicação de massa funcionassem de acordo com critérios estéticos como guias iluminadores das massas;
4. A maneira como professores em geral são achincalhados e desvalorizados pelo governo, pela polícia, pelos pais, pelos administradores e pelos alunos enquanto algumas pessoas ficam fazendo poesia barata sobre "o sacerdócio do ensino" no dia do professor – os professores precisam de salário e condições de trabalho decentes;
5. A forma como cada geração ignora tudo o que foi feito pelas gerações passadas e resolve "inventar a a roda" de novo e a cara de pau que certas pessoas têm em querer escrever sem saber ler, por exemplo;
6. A crença que muitos hoje têm de que um filme de uma hora ou um vídeo de 15 minutos ou um post de cinco linhas vão realmente ensinar alguém sobre qualquer coisa com um mínimo de profundidade;
7. A facilidade com que tantas pessoas dizem pretensiosamente "esse é o melhor X do mundo" ao invés de dizer simplesmente "esse é o melhor X que eu conheço";
8. A maneira como as redes sociais solicitam julgamentos sobre tudo e todos o tempo todo, como se eu não pudesse simplesmente dizer "não sei" quando perguntado sobre a política do governo chinês para o Covid-19 ou qualquer outro assunto sobre o qual eu praticamente nada sei;
9. A agressividade ampla, geral e irrestrita que vigora nas redes sociais em geral e anda frequentemente se expandindo para vida fora dessas redes;
10. A prepotência fanática de certos ateus que fazem de um racionalismo bem rasteiro um outro tipo de fundamentalismo, como se o mundo já não tivesse fundamentalismos demais [nota: não sou religioso].
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E pode acrescentar na lista:
O absurdo que é EU ter de PROVAR que eu não sou um robô para submeter esse
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