Entre as heranças malditas do governo de George W. Bush está uma particularmente embaraçosa: há uma boa chance de que os culpados pelos ataques terroristas do início deste século morrerão presos num limbo legal absurdo. Semana passada o juiz da corte militar considerou as confissão de uma dessas pessoas inadmissível no seu julgamento. Como muitos outros casos daquele período, o acusado passou quatro anos comendo o pão que o diabo amassou em "prisões secretas" da CIA sendo torturado. Depois ele foi mandado para Guantánamo, onde equipes do FBI interrogaram o homem acusado de ter planejado um atentado a um navio estadunidense no Iêmen de acordo com os parâmetros do estado de direito. Só que o juiz não aceitou a confissão feita nesse segundo período como admissível no caso, mesmo porque o acusado recuou na confissão em 2007.
Monteiro Lobato conta em "O engraçado arrependido" a história trágica de um homem que não consegue se livrar do papel de palhaço da cidade, papel que interpretou com maestria durante 32 anos na sua cidade interiorana. Pontes é um artista, um gênio da comédia e por motives de espaço coloco aqui só o miolo da introdução em que o narrador descreve o ser humano como “o animal que ri” e descreve a arte do protagonista: "Em todos os gestos e modos, como no andar, no ler, no comer, nas ações mais triviais da vida, o raio do homem diferençava-se dos demais no sentido de amolecá-los prodigiosamente. E chegou a ponto de que escusava abrir a boca ou esboçar um gesto para que se torcesse em risos a humanidade. Bastava sua presença. Mal o avistavam, já as caras refloriam; se fazia um gesto, espirravam risos; se abria a boca, espigaitavam-se uns, outros afrouxavam os coses, terceiros desabotoavam os coletes. E se entreabria o bico, Nossa Senhora! eram cascalhadas, eram rinchavelhos, e...
Comments