O poema de Gabriel Zaid que eu postei foi começado em 1974, se não me engano. Assim o automóvel que sai do mar pode assumir pelo para mim conotações mais obscuras, relacionadas à violência bruta que explode hoje mas que já implodia o Brasil desde aquela época. Se alguém disser que aquilo tudo (torturas, assassinatos, prisões, exílio) é passado e não precisa ser rememorado, saiba que a extrema violência policial, a brutalidade desumana das prisões que só piora a violência social cada vez mais chocante das ruas, coisa que preocupa tanto ao brasileiro médio hoje em dia, não começou, mas avançou muito naquele período de repressão e autoritarismo. Toda aquela gente treinada naqueles anos tristes para fazer exatamente o que aparece no filme "Batismo de Sangue" e foi descrito em detalhes no livro "Brasil: nunca mais" anda solta por aí até hoje, trabalhando e possivelmente treinando outras pessoas.
Basicamente, mas não exclusivamente literatura: prosa e poesia.