Arte Minha: Democrazy for heaven's sake / Common Ground Jogo Bruto |
História Permanente
Eis aqui meu primeiro
novo mito:
Escrever é
cantar e dançar
de dentro pra fora
a mão na caneta
no papel com
tinta
Ler é dançar e
cantar pelos olhos
de fora pra
dentro.
Tudo distante, tudo
deserto,
tudo cantado, tudo
perfeito,
mas a cada respiro,
um poema
e um novo intercâmbio
do mundo lá
fora
com o mundo cá
dentro.
Somos bichos de
suspiros,
animais
musicais
que amam a
dança
e se recriam no
canto.
Cantar e dançar
de dentro pra
fora
de fora pra
dentro.
Eis meu mito
mais antigo:
Havia um tempo
antes de todos nós,
quando a terra
girava em torno do sol,
que parecia
cruzar o céu de leste a oeste
iluminando tudo
mais que já existia
e em torno da
terra girava a lua,
que esvaziava e
enchia no céu escuro,
justo com o
inchar e desinchar das marés silenciosas.
E os animais
nasciam, viviam e morriam
na mais pura e
inocente injustiça,
e ninguém dava
pela falta de absolutamente nada.
Tudo distante,
tudo deserto,
tudo cantado,
tudo perfeito:
nada mais a
fazer senão assistir descarnado
esse deserto sem
gente.
Nada a propor,
nada a esperar, nada a crer.
Imagem minha: Out the Killer |
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