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Leituras da semana




1. Crônicas de um jovem Machado de Assis:
Impressiona a contundência dos comentários políticos, particularmente com os Conservadores então no poder. A ironia de Machado frequentemente deságua em ácido sarcasmo quando se refere a distribuição de prêmios e mordomias a nulidades no governo e no parlamento:

O país real, esse é bom, revela os melhores instintos; mas o país oficial, esse é caricato e burlesco. A sátira de Swift nas suas engenhosas viagens cabe-nos perfeitamente. No que respeita à política nada temos a invejar ao reino de Liliput. (142)

Impressiona também o relativo convencionalismo dos comentários sobre teatro e mesmo sobre outros eventos culturais do Rio de Janeiro de 1861. Apesar desse relativo convencionalismo que elogia o quão bem feito esse ou aquele aspecto de uma peça lhe pareceu, me chamou a atenção a defesa que Machado de Assis faz do apoio governamental ao teatro com a criação de uma Escola Normal de Teatro. Nos seus comentários da semana Machado de Assis sustenta polêmica com Joaquim Manuel de Macedo, que achava que o teatro deveria “regular-se pela lei da concorrência” (132) dizendo, entre outras coisas:

Não, o teatro não é uma indústria, como diz a opinião a que me refiro; não nivelemos assim as ideias e as mercadorias.

É verdade que Machado de Assis faz defesa do teatro argumentando com Victor Hugo que este é uma “escola de moral” com uma missão nacional, social e humana. Coisas do seu tempo.

2. Simon Bolívar e José Bonifácio
Cá estou eu às voltas com discursos e cartas desses dois homens tão diferentes que no calor da hora tiveram papel de liderança nas independências da América Latina. São coisas de um trabalho que me consome há muito tempo e coisas que não quero detalhar aqui porque vão ter lugar no livro que estou escrevendo.

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