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Filme: Elena Sabe

 

Missing de Letícia Galizzi

Quando me exaspero com o deserto do Netflix e suas dezenas de sugestões de séries e filmes que não me interessam minimamente, teclo na opção de busca a palavra "argentina". Nos resultados, entre várias sugestões surpreendentemente absurdas ["Emilia Perez", um reality show sentimental argentino, um filme sobre Neymar e um documentário britânico sobre anões], encontro sempre alguma coisa boa para ver. A última vez foi o filme Elena Sabe da diretora Anahí Berneri. O filme conta com a maravilhosa Mercedes Morán no papel de uma mulher com Parkinson que não se conforma com o suicídio da filha com quem vivia sozinha. Os mecanismos para integrar flashbacks no tecido da trama como lembranças da protagonista são um ponto alto do filme. A atuação de Mercedes Morán é estupenda, completa, sutil e fortíssima. Elena não é uma mulher fácil e tinha uma relação complicada com a filha mesmo antes do Parkinson. Falando também de aborto e catolicismo, o filme não resvala nos dualismos melodramáticos que Hollywood produz em série e que a Netflix faz produzir mundialmente.   

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