Continuamos aquela conversa por duas semanas, sentados frente a frente na mesa de jantar da minha casa, discutindo todo o tipo de assunto e ele, sem nunca se alterar, com profundidade e bom senso sobre-humanos, me explicou os mistérios do céu e da terra. Saí dali convicto que o pastor era quem dizia e não mais um subversivo estrangeiro qualquer e passei a anotar minuciosamente em um caderno de capa de couro tudo que ele me contou sobre nosso mundo e também sobre o mundo dele e o espaço sideral em geral. Transcrevo um pequeno exemplo da sua sabedoria: “De forma alguma fábricas são sempre construídas para resolver problemas fundamentais. A grande maioria delas estão ocupadas com a produção de cosméticos, jóias, badulaques femininos, incontáveis bolsas, chapéus ridículos, novidades banais, esmalte de unha, sapatos que machucam os pés e estragam a cavalgadura, meias que não oferecem proteção alguma, charutos que envenenam o corpo, goma de mascar, bolas de futebol, pistolas e armas de caça,...