Li texto escrito para o ombudsman da FSP em que o autor expressa sua "decepção" com o jornal que sempre esteve ao lado da democracia nos momentos importantes da redemocratização do Brasil. Quando as vans da Folha de São Paulo, que apoiavam a Operação Bandeirantes, foram atacadas pela resistência armada à ditadura, o dono da Folha escreveu um editorial furioso, do qual destaco apenas um trecho:
"Como o pior cego é o que não quer ver, o pior do terrorismo é não compreender que no Brasil não há lugar para ele.
Nunca ouve. E de maneira especial não há hoje, quando um governo sério, responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular, está levando o Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social - realidade que nenhum brasileiro lúcido pode negar, e que o mundo todo reconhece e proclama. O país, enfim, de onde a subversão - que se alimenta do ódio e cultiva a violência - está sendo definitivamente erradicada, com o decidido apoio do povo e da imprensa que reflete o sentimento deste."
Octávio Frias de Oliveira, 22 de setembro de 1971
"Como o pior cego é o que não quer ver, o pior do terrorismo é não compreender que no Brasil não há lugar para ele.
Nunca ouve. E de maneira especial não há hoje, quando um governo sério, responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular, está levando o Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social - realidade que nenhum brasileiro lúcido pode negar, e que o mundo todo reconhece e proclama. O país, enfim, de onde a subversão - que se alimenta do ódio e cultiva a violência - está sendo definitivamente erradicada, com o decidido apoio do povo e da imprensa que reflete o sentimento deste."
Octávio Frias de Oliveira, 22 de setembro de 1971
Comments
Já este editorial... bem, é por isso que mesmo a esquerda prefere ler o Estadão.
Agora, por outro, cada vez que eu faço estudos em arquivos de escritores mortos eu sinto uma grande inquietação, aumentada porque parece que ninguém mais se importa com isso: me parece valiosa a idéia de privacidade, de preservação de uma esfera íntima em que o sujeito se arvora o direito de ser bobo, meloso, péssimo piadista, etc.
Por isso é que eu acho que, ao mesmo tempo em que o gesto do biógrafo de Washington é paternalista, ele não deixa de ter seu sentido.