Friess: "Now that they've kind of trained their barrels on President Obama I'm afraid his, I hope his teleprompters are bulletproof."
[silêncio]
"I mean that figuratively."
[silêncio]
"I'm sorry. I probably shouldn't have said that."
Cena 2:
Friess: "Well, I get such a chuckle when these things come up. Here we have millions of our fellow Americans unemployed, we have jihadists camps being set up in Latin America which Rick has been warning about, and people seem to be so preoccupied with sex that I think it says something about our culture. We maybe need a massive therapy session so we can concentrate on what the real issues are. This contraception thing. My gosh, it's so inexpensive. In my day, they used Bayer aspirin for contraceptions. The gals put it between their knees and it wasn’t that costly.”
repórter: "Excuse me, I'm just trying to catch my breath from that. Mr. Friess. Let’s change the subject to."
Conclusão:
Qual é a diferença entre Friess e eu, você, o frentista do posto de gasolina que acha que “todo mundo na Rede Globo é viado” e o motorista de taxi que acha que “Lula, FHC, Maluf e Garotinho são tudo farinha do mesmo saco”? Parece chocante que um bilionário possa ser tão imbecil quanto um pipoqueiro ou um pintor de paredes? E afinal numa democracia todo mundo pode ter uma opinião e tem o direito de expressá-la, não é mesmo? Mas Friess faz parte de um grupo recente que anda sacudindo o mundo inteiro: são russos, mexicanos, americanos, chineses, brasileiros que transformaram-se em bilionários, gente que tem muitos milhões espalhados por todo o canto, para quem o que você ou eu ganha em um ano equivale a um saquinho de pipoca na entrada do cinema. A diferença é que muitos deles acreditam na grande fé do milênio: a de que, ainda que aparentemente nada de substancial possa ser mudado, todo mundo pode “fazer a diferença”. As mesmas bocas que pronunciam com fatalismo que ou você tenta se enquadrar da melhor maneira possível ou você anda “viajando na maionese” também costumam incentivar cada um de nós a tentar mudra o mundo com um cartão de crédito na mão e um um monte de boas intenções na barriga. Só que gente como Friess, ao contrário dos outros, têm milhões para gastar. Termino com um aforismo sensacional do romancista Teju Cole, motivado pela polêmica sobre o filme Kony 2012:
I deeply respect American sentimentality, the way one respects a wounded hippo. You must keep an eye on it, for you know it is deadly.
E o que dizer da sentimentalidade armada de milhões?
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