Skip to main content

Rio de Janeiro, 1863: Paraíso da Natureza, Inferno dos Homens (parte 2)


Após a abertura dramática, Bilbao se dá ao trabalho de destruir sucintamente a grande desculpa esfarrapada para adiar a abolição, a necessidade de indenizar os proprietários pelo respeito à propriedade privada:

“Analicemos.
¿Puede la ley hacer propietarios de esclavos? Es decir, ¿pueden los hombres, o un hombre alterar las relaciones eternas de las cosas? No. ­Luego la ley que altera la eterna relación de igualdad que existe entre los hombres, es un crimen. ­¿Puede el crimen ser autoridad, y sirve de fundamento justo a la institución? ­¡No! luego la palabra propietario de esclavos equivale a decir LADRÓN de hombres, todo el que se llame propietario de esclavos es ladrón.
¿Hay ley que pueda autorizar el robo? ¡Respondan todos los sofistas! Si esa ley existe y se acata, se acata el robo.
Y una sociedad que sanciona ese monstruoso principio merece ser entregada a la ley del saqueo.
Examinemos ahora la segunda parte del argumento: ¿Debe indemnizarse el robo? Exponer la cuestión es resolverla.
Pero se dirá: ¿por qué han de ser los hijos responsables de un hecho autorizado por la ley? Obsérvese que se llama hacer responsables a los hijos, no indemnizarlos, y quitarles las riquezas que le daba la posesión de los esclavos.
¡Y qué! habéis recibido un robo, sois herederos de un crimen, habéis vivido gozando del trabajo ajeno sin remunerarlo, sin retribuirlo, sin reconocerlo, y atormentando en el régimen más abyecto a los infelices que os enriquecen con el sudor de su frente y la sangre de sus heridas abiertas por el látigo y venís a reclamar de despojo? Si una ley infame os dio esa riqueza, otra ley justa la devuelve a su dueño. ­¿Reclamáis por daños y perjuicios? ­Pues haremos que el negro reclame por daños y perjuicios desde su primera generación esclavizada, y ved si os atrevéis a sostener la liquidación de la deuda.
Lo que me sorprende es que el poseedor de esclavos se atreva a alegar el derecho de propiedad.”

Aqui então Bilbao chega ao que é para mim o cerne da questão [até hoje]:

“No reconozco, pues, el derecho de los poseedores a la indemnización.
Y reconozco por la inversa, el derecho de los esclavizados a la indemnización de educación por el embrutecimiento en que sistemáticamente se les ha sumergido: a la indemnización de capital, o instrumentos de trabajo, a costa de los llamados amos que se han enriquecido.”



Comments

Popular posts from this blog

Diário do Império - Antenado com a minha casa [BH]

Acompanho a vida no Brasil antes de tudo pela internet, um "lugar" estranho em que a [para mim tenebrosa] classe m é dia brasileira reina soberana, quase absoluta, com seus complexos, suas mediocridades e sua agressividade... Um conhecido, daqueles que ao inv és de ter um blogue que a gente visita quando quer, prefere um papel mais ativo, mandando suas "id éias" para os outros por e-mail, me enviou o texto abaixo, que eu vou comentar o mais sucintamente possível: resolvi a partir de amanh ã fazer um esforço e tentar, al ém do blogue, onde expresso minhas "id éias" passivamente, tentar me comunicar diretamente com as pessoas por carta... OS ALUNOS DE UNIVERSIDADES PARTICULARES DERAM UMA RESPOSTA; E A BRIGA CONTINUOU ... 1 - PROVOCAÇÃO INICIAL Estudar na PUC:............... R$ 1.200,00 Estudar no PITÁGORAS:..........R$ 1.000,00 Estudar na NEWTON:.....R$ 900,00 Estudar na FUMEC:............ R$600,00 Estudar na UNI-BH:........... R$ 550,00 Estudar na

Uma gota de fenomenologia

Esse texto é uma homenagem aos milhares de livrinhos fininhos que se propõem a explicar em 50 páginas qualquer coisa, do Marxismo ao machismo e de Bakhtin a Bakunin: Uma gota de fenomenologia Uma coisa é a coisa que a gente vive nos ossos, nos nervos, na carne e na pele; aquilo que chega e esfria ou esquenta o sangue do caboclo. Outra coisa bem outra é assistir essa mesma coisa, mais ou menos de longe. Nem a mãe de um caboclo que passa fome sabe o que é passar fome do jeito que o caboclo que passa fome sabe. A mãe sabe outra coisa, que é o que é ser mãe de um caboclo que passa fome. Isso nem o caboclo sabe: o que ela sabe é dela só, diferente do caboclo e diferente do médico que recebe o tal caboclo e a mãe dele no hospital. O médico sabe da fome do cabloco de um outro jeito porque ele já ficou mais longe daquela fome um tanto mais que a mãe e outro tanto bem mais que o caboclo. O jeito que o médico sabe da fome daquele caboclo pode ser mais ou menos só dele ainda, mas isso só se ele p

Protestantes e evangélicos no Brasil

1.      O crescimento dos protestantes no Brasil é realmente impressionante, saindo de uma pequena minoria para quase um quarto da população em 30 anos: 1980: 6,6% 1991: 9% 2000: 15,4%, 26,2 milhões 2010: 22,2%, 42,3 milhões   Há mais evangélicos no Brasil do que nos Estados Unidos: são 22,37 milhões da população e mais ou menos a metade desses pertencem à mesma igreja.  Você sabe qual é? 2.      Costuma-se, por ignorância ou má vontade, a dar um destaque exagerado a Igreja Universal do Reino de Deus e ao seu líder, Edir Macedo. A IURD nunca representou mais que 15% dos evangélicos e menos de 10% dos protestantes como um todo. Além disso, a IURD diminuiu seu número de fiéis   nos últimos 10 anos de acordo com o censo do IBGE, ao contrário de outras denominações, que já eram bem maiores. 3.      Os jornalistas dos jornalões, acostumados com a rígida hierarquia institucional católica não conseguem [ou não tentam] entender muito o sistema