1. Em 1987 um grupo de militares argentinos balançaram o governo Alfonsín logo depois do retorno à democracia com motins armados contra qualquer iniciativa de investigar os crimes do regime militar. O nome desses militares, por causa da tinta preta de camuflagem no rosto: caras pintadas, devidamente indultados por Carlos Menen quando este chegou ao poder.
No Brasil em 1992 muitos estudantes universitários e secudnaristas saíram às ruas para pedir pelo impeachment do presidente neo-liberal Fernando Collor, o Menen brasileiro. Nos protestos os estudantes costumavam pintar o rosto com as cores da bandeira brasileira e ficaram conhecidos como caras pintadas.
2. Em 2001 uma violenta convulsão econômica destrói economicamente a Argentina depois de muitos anos de abusos neo-liberais na Argentina sob o comando de Menen, aquele equivalente de Collor que ficou dez anos no poder e assim também foi uma espécie de FHC cafona para os argentinos. Eleito com promessas de reverter Menen, De la Rúa ofereceu aquele mais-do-mesmo aguado que caracteriza muitos dos governos ditos de esquerda no período neo-liberal. Aquele apocalipse econômico acontece sob o barulho intenso de panelas em protestos, em conjunto com as "ollas comunitarias", esforços dos próprios movimentos para mitigar a fome que se espalhava como uma epidemia pela argentina.
No Brasil os protestos que trouxeram o país no final de 2016 para a vanguarda do pesadelo neo-liberal são identificados com as panelas, agora ouvidas não tanto nas ruas mas das sacadas dos prédios da classe média enfurecida pela corrupção e pela crise econômica.
3. O que determinaria essa constante cópia de imagens políticas com sinal trocado entre Brasil e Argentina? Esse movimento de inversão de sinais é muito mais comum do que se pensa. Ele é feito, por exemplo, inúmeras vezes por Guimarães Rosa, um autor que parece nunca citar uma referência cultural antes de invertê-la ironicamente. Mas aí poderíamos falar que se trata de um indivíduo [embora eu não esteja convencido que todas as inversões feitas por GR são opções conscientes a partir de uma leitura da referência em questão]. As culturas tratam essas coisas de forma impessoal e coletivo. E o mundo neo-liberal em que vivemos adora acima de tudo o Deus Indivíduo.
No Brasil em 1992 muitos estudantes universitários e secudnaristas saíram às ruas para pedir pelo impeachment do presidente neo-liberal Fernando Collor, o Menen brasileiro. Nos protestos os estudantes costumavam pintar o rosto com as cores da bandeira brasileira e ficaram conhecidos como caras pintadas.
2. Em 2001 uma violenta convulsão econômica destrói economicamente a Argentina depois de muitos anos de abusos neo-liberais na Argentina sob o comando de Menen, aquele equivalente de Collor que ficou dez anos no poder e assim também foi uma espécie de FHC cafona para os argentinos. Eleito com promessas de reverter Menen, De la Rúa ofereceu aquele mais-do-mesmo aguado que caracteriza muitos dos governos ditos de esquerda no período neo-liberal. Aquele apocalipse econômico acontece sob o barulho intenso de panelas em protestos, em conjunto com as "ollas comunitarias", esforços dos próprios movimentos para mitigar a fome que se espalhava como uma epidemia pela argentina.
No Brasil os protestos que trouxeram o país no final de 2016 para a vanguarda do pesadelo neo-liberal são identificados com as panelas, agora ouvidas não tanto nas ruas mas das sacadas dos prédios da classe média enfurecida pela corrupção e pela crise econômica.
3. O que determinaria essa constante cópia de imagens políticas com sinal trocado entre Brasil e Argentina? Esse movimento de inversão de sinais é muito mais comum do que se pensa. Ele é feito, por exemplo, inúmeras vezes por Guimarães Rosa, um autor que parece nunca citar uma referência cultural antes de invertê-la ironicamente. Mas aí poderíamos falar que se trata de um indivíduo [embora eu não esteja convencido que todas as inversões feitas por GR são opções conscientes a partir de uma leitura da referência em questão]. As culturas tratam essas coisas de forma impessoal e coletivo. E o mundo neo-liberal em que vivemos adora acima de tudo o Deus Indivíduo.
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