Paulo de Tarso Celestino 1944-1971 |
"O Paulo [de Tarso Celestino] era
moderado. [...] Ele era contra toda
radicalização. Mas foi acuado pela ditadura de fio a pavio, escondeu-se e em
seguida participou da luta armada. Acabou assassinado debaixo de uma tortura
atroz naquela sinistra casa de Petrópolis. Foi um pouco o que poderia ter ocorrido
com vários de nós e o que aconteceu com Honestino Guimarães, nosso sucessor na Feub.
Outros não foram mortos, mas foram torturados, presos, tiveram que se esconder,
e suas vidas sofreram graves transtornos. Nas ditaduras, na América Latina ou
no resto do mundo, você nem sempre
escolhe a forma de fazer oposição. As circunstâncias e a própria repressão empurram
às vezes parte dos oposicionistas para a clandestinidade e a luta armada.
Quando vejo gente desinformada ou de má-fé dizer que Dilma “escolheu” a luta
armada na sua juventude, acho um absurdo. Por que é que só teve luta armada no
Brasil durante a ditadura, e não no regime constitucional, ao contrário do que
aconteceu noutros países latino-americanos ou europeus? Por causa da ditadura,
foi a ditadura que perseguiu uma parte dos oposicionistas e os empurrou para a
luta armada."
Luiz Felipe Alencastro em entrevista a Estudos Históricos
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