Freud já avisava numa nota de pé de página meio melancólica que os conceitos “masculino” e “feminino” eram conceitos científicos por demais vagos e imprecisos. Os dois são difíceis de definir pela sua tendência a transformar-se em espelhos que simplesmente refletem os limites e possibilidades da cultura e da imaginação de quem os formula. Você tenta definir masculino e feminino e termina oferecendo um documento transparente e preciso daquilo que você acredita ser o masculino e o feminino. Como o conceito de raças entre os seres humanos, a ideia de um masculino e um feminino existem objetivamente porque as pessoas acreditam neles. Como várias outras invenções culturais, essa ideia muda com o tempo e muda de lugar para lugar. Nada disso é particularmente interessante para mim, porque pertence ao campo do óbvio para quem estuda o assunto. Entretanto quem estuda as chamadas ciências humanas sabe muito bem que fora do seu meio acadêmico mais restrito é preciso reiterar...
Basicamente, mas não exclusivamente literatura: prosa e poesia.